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Vale diz que inspeção identificou ‘trincas superficiais’ em barragem de Ouro Preto

Imagem aérea da barragem Forquilha III, em Ouro Preto (MG)
Imagem aérea da barragem Forquilha III, em Ouro Preto (MG). Foto: Divulgação/Vale

A Vale divulgou, na tarde deste sábado (14), um comunicado ao mercado informando que está conduzindo “verificações adicionais” na barragem Forquilha III, em Ouro Preto (MG). Segundo a mineradora, a verificação ocorre “após inspeção rotineira que identificou trincas superficiais”.

Segundo o documento, a Vale diz que “mantém os órgãos públicos competentes
informados e executa um plano de ação para investigação e correções, conforme necessário”, e ressaltou que “as condições de estabilidade da estrutura seguem inalteradas”.

A empresa não informou a data da inspeção que identificou as trincas superficiais.

Em abril, a Vale informou que uma inspeção realizada em março havia identificado um “acúmulo de material sedimentado” em um dos 131 dispositivos de drenagem no local.

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Sobre a barragem Forquilha III

A barragem Forquilha III fica na mina de Fábrica e, segundo a Vale, está “em processo de descaracterização”. Ela está em nível de emergência 3 desde 2019, é monitorada em caráter permanente e a chamada “Zona de Autossalvamento” no local, de acordo com o comunicado, está evacuada e “sem a presença de comunidades”.

Além disso, a barragem conta com uma Estrutura de Contenção a Jusante, uma barreira construída em 2021 com o objetivo de conter os rejeitos da mineração e reduzir possíveis danos ambientais e materiais, em caso de rompimento.

A Vale diz que “mantém seus compromissos de avançar na descaracterização da estrutura e de buscar a redução de seu nível de emergência”.

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À sombra das tragédias

O rompimento das barragens em Mariana (2015) e Brumadinho (2019) trouxe uma década de apreensão ao setor de mineração e à Vale, responsável pela barragem de Brumadinho e dona de 50% da Samarco — a mineradora encarregada da barragem em Mariana.

Além dos impactos humano e ambiental, o peso financeiro das tragédias segue nos cálculos de risco para quem investe na Vale.

No caso de Mariana, por exemplo, há processos gigantescos se desenrolando no Brasil, no Reino Unido e na Holanda. O da Inglaterra é uma ação coletiva de 600 mil pessoas que buscam uma indenização de quase R$ 250 bilhões – praticamente o valor de mercado da companhia, que está em R$ 260 bilhões.

A tragédia de Mariana foi provocada pelo rompimento de uma barragem que pertence à Samarco, uma sociedade entre a Vale a britânica BHP. Por isso, ambas as mineradoras chegaram ao acordo de que eventuais custos das indenizações serão divididos meio a meio.