* ARTIGO
No cenário financeiro, a XP Investimentos (XPBR31) surpreendeu a comunidade ao anunciar na última quarta-feira (18) o fechamento abrupto de sua plataforma de criptomoedas, Xtage.
“Gostaríamos de informar o encerramento das atividades da XTage, desta forma, a partir do dia 20/10/2023 serão interrompidas as operações de compra na nossa plataforma”, informou o comunicado da empresa.
A notícia inesperada deixou os usuários em uma corrida contra o tempo, pois somente até 15 de dezembro de 2023 eles terão a oportunidade de vender e sacar seus fundos na corretora. Ou seja, a conversão em reais é obrigatória, sem possibilidade de transferências diretas de criptos para carteira externa (wallet).
Caso os fundos não sejam sacados, a partir de 16 de dezembro de 2023, um dia após o prazo-limite, a Xtage tomará a iniciativa de vender compulsoriamente os ativos não negociados, depositando os valores correspondentes nas contas de investimento dos clientes mantidas na XP.
A XP, por sua vez, optou por não aplicar tarifas de corretagem em todas as operações disponíveis na Xtage até o final deste ano, numa tentativa de aliviar o impacto para seus clientes.
A Xtage foi — mais — uma aposta ousada da XP no mercado de criptomoedas, marcando a segunda tentativa malsucedida da empresa de estabelecer sua presença no ramo. Curiosamente, desta vez a XP não divulgou publicamente as razões subjacentes a esse encerramento, deixando no ar um estado de incerteza.
O que é (ou era) a Xtage?
Desenvolvida em parceria com a Nasdaq, a Xtage foi promovida como uma das melhores ferramentas em termos de experiência, escalabilidade, latência e tecnologia disponíveis no mercado.
Permitindo a compra e venda de criptomoedas como bitcoin (BTC) e ether (ETH), a Xtage tornou-se um campo de jogo para investidores que desejavam entrar no universo das moedas digitais de maneira mais simples e intuitiva a partir de R$ 150.
Anunciada em maio de 2022 e lançada em agosto do mesmo ano, apesar das expectativas iniciais, a Xtage não conseguiu alcançar o sucesso esperado e fechou as portas em apenas um ano e dois meses após seu início.
A história da XP no mercado cripto
Em 2018, a XP tentou entrar no universo das cripto com a criação da corretora Xdex. Contudo, assim como a Xtage, a Xdex enfrentou desafios insuperáveis e encerrou suas operações dois anos depois, em 2020, dezessete meses após sua inauguração.
No caso, aos clientes da Xdex foram dados um prazo curto de 30 dias para retirar seus fundos, e a XP justificou o fechamento da corretora citando questões internas, concorrência acirrada e regulamentação insuficiente.
Essas tentativas frustradas da XP no mundo dos criptoativos contrastam com a abordagem de seus concorrentes, principalmente com o BTG Pactual (BPAC3). Afinal, desde o lançamento da Mynt, sua plataforma de criptoativos, o BTG tem investido em várias iniciativas e parcerias no setor, incluindo a aquisição de uma fatia de 20% da Lumx Studios e o lançamento de uma carteira recomendada mensal de ativos digitais.
Implicações do fechamento da Xtage
O encerramento abrupto da Xtage e o fechamento anterior de Xdex suscitam dúvidas sobre o futuro da XP nesse setor dinâmico — e em rápida evolução — das criptomoedas.
Para os usuários da Xtage, essa notícia pode ser profundamente decepcionante e potencialmente prejudicial pois boa parte das criptos listadas na plataforma estão em quedas desde a inauguração da corretora.
*As informações, análises e opiniões contidas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews.
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