A maior plataforma do mundo de venda e compra de criptomoedas, Coinbase, viu suas ações dispararem 14% no pré-market dos EUA nesta sexta-feira (16). O impulso dos papéis seguem após a companhia reportar seu primeiro lucro trimestral em dois anos.
No 4º trimestre de 2023, a companhia lucrou US$ 273 milhões, ante lucro líquido negativo em igual período de 2021.
Já a receita líquida disparou 50%, para US$ 905 milhões – ante US$ 605 milhões registrados um ano antes.
O bom resultado segue o maior apetite de investidores por criptomoedas no último trimestre do ano passado depois da notícia da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) aprovar os primeiros fundos negociados em bolsa (ETFs) de bitcoin à vista.
Através de fundos de índice, os investidores de varejo podem acessar a criptomoeda como uma ação negociada em bolsa regulamentada, mas sem exposição direta ao bitcoin. O feito fez aumentar a demanda pelo ativo, o que gerou melhores resultados para a Coinbase dado o aumento de transações em sua plataforma.
O balanço
A corretora disse em fato relevante que no período viu aumentar a volatilidade nos preços das criptomoedas, o que fez saltar em 83% as receitas com transações no 4º trimestre em relação ao trimestre imediatamente anterior, para US$ 529 milhões.
Já a receita com assinaturas cresceu 12% em relação ao trimestre anterior, para US$ 375 milhões.
Em todo 2023, a companhia conseguiu diversificar sua base de receitas totais, gerando US$ 1,4 bilhão via assinaturas e serviços. Já a sua dívida total foi reduzida em 12% no período.
“Nosso balanço se fortaleceu à medida que reduzimos a dívida em US$ 413 milhões e aumentamos nosso total de recursos em dólares encerrando 2023 com US$ 5,7 bilhões”, apontam em relatório.
A Coinbase também lançou sua exchange internacional que pode ser acessada por clientes elegíveis. Estes agora podem negociar derivativos através do Coinbase Financial Markets, segundo o relatório trimestral da companhia.
Em todo 2023, a exchange registrou US$ 3,1 bilhões em receitas totais, queda de 3% na comparação anual. O lucro líquido no período foi de US$ 95 milhões e o Ebitda ajustado de US$ 964 milhões – acima dos US$ 371 milhões negativos em 2022.
A empresa espera gerar no 1º trimestre deste ano entre US$ 410 e US$ 480 milhões em receitas de assinaturas. Até 13 de fevereiro, a companhia disse ter levantado aproximadamente US$ 320 milhões.
Já entre os desafios para a corretora estão questões regulatórias no ambiente cripto, uma vez que ainda é um imbróglio em território americano.
“Em 2023, dissemos que uma das nossas prioridades era uma maior clareza regulatória, e estamos satisfeitos com o progresso. No final do ano, 83% dos membros do G20 e dos principais centros financeiros fizeram progressos nesse sentido. No entanto, nos EUA, ainda lutamos por isso”.
Coinbase, em relatório trimestral
Em 12 meses, as ações COIN listadas na Nasdaq sobem mais de 190%, cotadas a US$ 190. A exchange é avaliada nesta sexta-feira em US$ 46,17 bilhões.
Veja também