Um grupo de trabalho (GT) interministerial do governo lançou uma lupa sobre cadeias produtivas a fim de mapear e buscar soluções para pressões da inflação em alimentos e energia.
O resultado das atividades do GT Resiliência em Cadeias de Valor, que deve ser apresentado nos próximos dias, foi embasado por estudos da Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda.
A ideia do trabalho foi selecionar cadeias que, do ponto de vista dos preços, mais comprometeram as seguranças alimentar e energética nos últimos anos. Para isso, valeu-se de dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e Índice de Preços ao Produtor Amplo – Disponibilidade Interna (IPA-DI).
Pelo lado da segurança alimentar, foram selecionadas as cadeias de leite, ovo, carne bovina e as dos substitutos suínos e peixes de cultivo. Já no âmbito de segurança energética, os segmentos do diesel e querosene de aviação foram avaliados, bem como as dos substitutos biocombustíveis.
Foram mapeados cada trecho da cadeia dos itens, desde os insumos, passando pela produção, logística, transporte e distribuição. Os gargalos foram classificados em três grupos: macroeconômico e financeiro; infraestrutura e comércio; tecnológicos e produtivos.
Entre os gargalos identificados para proteína animal estão, por exemplo, vulnerabilidade às flutuações de preços internacionais que afetam custo de ração e de fertilizantes.
As soluções propostas para estes gargalos são mecanismos de previsibilidade à exportação de grãos e o desenvolvimento do setor nacional de fertilizantes.
Para carência em infraestrutura de transporte e logística, outro gargalo observado, a solução proposta é melhorar incentivos para investimentos e concessões.
Em alguns casos, são indicadas ações práticas já em tramitação pelos Poderes. É o caso do gargalo de financiamento à transição energética, observado pelo GT na cadeia de combustíveis.
A fim de sanar o problema, o estudo indica como solução a aprovação do projeto de lei (PL) do Combustível do Futuro, que traz novas métricas e incentivos à transição.
O trabalho reconhece limitações da metodologia para desenvolvimento de estratégias práticas e sugere que os resultados sirvam de base para novos estudos. Uma das possíveis extensões mencionadas seria levantar empresas envolvidas em cada etapa de cada cadeia.
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