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Google, Microsoft, Amazon e Meta tentam depender menos de chips da Nvidia

Não tem para ninguém, por enquanto. Dona de 80% do mercado de chips usados para para desenvolver e viabilizar a inteligência artificial, a Nvidia está vendo crescer sua lista de concorrentes. Além dos rivais tradicionais, como Intel e AMD, a terceira empresa mais valiosa do mundo agora vê seus principais clientes tentando reduzir a dependência que têm dela.

Depois de despejar US$ 1,5 bilhão de dólares nos cofres da Nvidia em 2023 só com as encomendas dos chips H100 – o atual “padrão-ouro” das GPUs de inteligência artificial –, o Google vai tentando trilhar o próprio caminho no desenvolvimento dos chips. A companhia divulgou nesta terça-feira (9) seu Axion, um tipo de chip comumente usado em data centers e que deve ser a base para o desenvolvimento dos seus serviços de nuvem.

E o Google larga atrasado nessa corrida.

Em 15 de novembro, a Microsoft anunciou o Azure Maia 100, que já carrega no nome a marca da sua divisão de computação em nuvem, a Azure. Quase duas semanas depois, a Amazon, líder desse mercado, anunciou o chip Trainium2, usado para treinar os sistemas de IA da AWS. Nos dois casos, a taiwanesa TSMC vai fabricar os chips desenhados pelas empresas americanas.

LEIA MAIS: Em ‘Woodstock da IA’, novo chip da Nvidia nasce como rock star do Vale do Silício

Já em fevereiro, a Reuters noticiou os planos da Meta para incorporar nos seus modelos de inteligência artificial novos chips feitos pela própria empresa de Mark Zuckerberg. Maior companhia de redes sociais do mundo e dona de aplicativos como Facebook, Instagram e WhatsApp, a Meta desembolsou US$ 4,5 bilhões em chips H100 da Nvidia só em 2023, dividindo com a Microsoft o posto de maior compradora desses chips no período.

Chip da Nvidia | Crédito: Pixabey/Jacek Abramowicz

A coreana Samsung deverá fabricar os chips da Meta, segundo reportagem no KoreaTimes. Seria uma tentativa de depender menos não só da Nvidia, mas também da TSMC, líder global na produção de chips e com dianteira ainda mais folgada – estima-se 90% de market share no mercado dos chips mais avançados.

A Nvidia tem contra-atacado. Um mês atrás, anunciou o chip B100, que sucederá o mega hit de vendas H100. Com o dobro da área física em relação à geração anterior, o B100 promete consumir menos eletricidade e ser até 30 vezes mais rápido. Pelo menos por enquanto, não parece estar nos planos da Nvidia perder espaço para os chips feitos por seus clientes-concorrentes.

TSMC pode ‘americanizar’ produção

Hoje uma peça central na cadeia global de semicondutores e no meio da disputa geopolítica entre Estados Unidos e China, a TSMC recebeu um empurrãozinho e tanto do governo americano para aumentar a produção de seus chips por lá. São US$ 6,6 bilhões em subsídios.

LEIA MAIS: TSMC: como a gigante de Taiwan prosperou em meio a conflito entre EUA e China

O dinheiro vai ajudar a botar de pé o mega-complexo industrial que já está em construção no Arizona. Por lá, a TSMC deve produzir avançadíssimos chips de 2 nanômetros. Trata-se de uma parte do pacote US$ 53 bilhões garantidos pelo governo americano para atrair ao país a indústria de semicondutores, uma tentativa de reverter os últimos 30 anos de movimento “fly-to-asia” que empresas desta cadeia produtiva fizeram – e que beneficiou muito a própria TSMC, aliás.

Além da TSMC, Intel e GlobalFoundries também foram beneficiadas. A expectativa é que Micron e Samsung sejam as próximas da lista.

Sede da TSMC antes da divulgação de resultados | Crédito: An Rong Xu/Bloomberg

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