Categories: Delivery Brasil

EUA aumentam pressão sobre o TikTok enquanto China obriga Apple a excluir WhatsApp

“Este aplicativo representa um perigo à segurança nacional. Em nome da soberania do nosso país, deve ser banido e tornado inacessível aos nossos cidadãos”. É basicamente este o argumento usado pela China ao exigir da Apple que aplicativos de trocas de mensagens, como o WhatsApp, sejam removidos da App Store do país – o que ocorreu nesta sexta-feira (19).

Do outro lado do mundo, a situação é parecida. Esse também é o argumento usado nos Estados Unidos por políticos republicanos e democratas – inclusive o presidente Joe Biden – para defender o banimento do TikTok por lá. Ou a venda dele para empresários americanos.

Ter grande parte da população usando ativamente aplicativos cujos controladores são sensíveis à pressão de um país adversário na arena geopolítica tira o sono dos governantes. Mesmo na democracia americana, conforme a sensação de vulnerabilidade aumenta, o custo político de tomar medidas drásticas diminui.

LEIA MAIS: Subsídio chinês eleva a produção de tecnologias verdes

Quase metade dos americanos (47%) concorda que a ByteDance deve ser forçada a vender o TikTok para alguma companhia que não tenha origem chinesa ou então que o aplicativo seja totalmente banido da “terra da liberdade”, de acordo com pesquisa da CNBC.

Respaldado pelo apoio popular, o Congresso decidiu acelerar a tramitação do projeto de lei que empareda a ByteDance.

A votação na Casa dos Representantes – o equivalente à Câmara dos Deputados – pode acontecer neste final de semana, o que permitiria ao Senado avaliar a iniciativa já na semana que vem.

REUTERS/Kevin Lamarque

Assim, daqui a poucos dias, Biden pode assinar a lei e estabelecer um prazo de um ano para a dona do TikTok encontrar um novo proprietário para a rede social.

Na China, o poder não espera tanto. A Apple foi obrigada a remover da sua loja de aplicativos o WhatsApp e o Threads, da Meta, além dos trocadores de mensagens Telegram e Signal. Sem disposição para rasgar dinheiro – a China é o segundo maior mercado da Apple –, a empresa chefiada por Tim Cook obedeceu.

Pulga atrás da orelha

Os EUA desconfiam que o governo chinês seja capaz de botar as mãos em dados de usuários americanos do TikTok e que o app seja usado para induzir politicamente os mais jovens. O TikTok nega que algo do tipo já tenha acontecido e também a possibilidade de acontecer.

Já a China não quer correr o risco da liberdade de expressão: a mera possibilidade de ter cidadãos chineses criticando impunemente seus governantes em aplicativos com mensagens criptografadas deixa aliados de Xi Jinping entregues à taquicardia.

A liberdade de expressão, aliás, é um dos argumentos usados pela própria Byte Dance para se defender da investida dos EUA. Para a empresa, trata-se de uma violação da Primeira Emenda da Constituição americana, que diz: “O Congresso não deve produzir leis (…) que restrinjam a liberdade de expressão”.

O recado busca mobilizar para os 170 milhões de americanos que usam a rede social. Desde o já distante 2018 o TikTok está entre os aplicativos mais baixados do país.

LEIA MAIS: O mercado negro que faz a Starlink chegar aos inimigos dos EUA

Muitas escolas americanas retiraram os espelhos dos seus banheiros porque os alunos estavam usando para gravar suas coreografias enquanto matavam aula. E não, o TikTok não é mais só a “rede das dancinhas”. Entre os jovens, é mais comum fazer buscas na rede da ByteDance do que no Google. Entre os adultos, 14% usam o TikTok para consumir notícias.

No Brasil, uma pesquisa da DataReportal, feita em 2022, calculou em 82,2 milhões o números de usuários do app com 18 anos ou mais.

Delivery Brasil

Share
Published by
Delivery Brasil

Recent Posts

McDonald’s mexe em cardápio nos EUA para lanches caberem no bolso do consumidor

O McDonald’s anunciou um novo menu de baixo custo, o “McValue”, uma nova categoria de…

2 dias ago

Cesta de Natal: preços devem ficar 9% mais caros neste ano, diz pesquisa; veja lista

A cesta de Natal fechará o ano com alta de 9,16%, projeta a prévia do…

5 dias ago

Alimentos nos EUA estão caros e deportações em massa podem piorar situação; entenda

Os americanos estão fartos das altas contas do supermercado e esperam que o presidente eleito…

7 dias ago

Empresas estão diminuindo variedade de produtos nas prateleiras para reduzir custos nos EUA

O pepperoni estava saindo de controle na Hormel, empresa de alimentos dos Estados Unidos.No ano…

2 semanas ago

Confiança do consumidor dos EUA bate recorde em sete meses, mostra pesquisa

A confiança do consumidor dos Estados Unidos aumentou para um recorde de sete meses no…

2 semanas ago

Preços mundiais dos alimentos atingem em outubro maior alta em 18 meses, diz FAO

Os preços mundiais dos alimentos subiram em outubro, atingindo a maior alta em 18 meses,…

2 semanas ago