O banco de investimentos norte-americano Goldman Sachs está ampliando sua presença no mercado de empréstimos para private equity e gestores de ativos, planejando uma expansão no exterior para ajudar a preencher a lacuna deixada pela turbulência em bancos regionais e pela venda do Credit Suisse.
O banco de Wall Street e os rivais JPMorgan Chase e PNC Financial Services estão entrando nesse mercado estimado em US$ 800 bilhões a US$ 1 trilhão, uma vez que se espera que a atividade de negócios de private equity aumente devido à captação recorde de fundos. Esses empréstimos são baseados em ativos e tem curto prazo, o que reduz seu risco.
No ano passado, o Goldman comprou uma carteira de linhas de crédito avaliada em US$ 15 bilhões do falido Signature Bank durante um leilão da FDIC, a agência garantidora de depósitos dos Estados Unidos.
“O foco é emprestar para grandes gestores de ativos alternativos, patrocinadores de private equity”, disse Maheshwar Saireddy, chefe global de produtos hipotecários e estruturados do Goldman Sachs, à Reuters.
“Uma das grandes iniciativas em que estamos trabalhando é a criação de uma receita mais estável em nossos negócios bancários e de mercados globais”, afirmou.
Depois de reforçar os negócios nos EUA, o Goldman planeja expandir-se na Europa, no Reino Unido e na Ásia, e acrescentou funcionários em Dallas e Bangalore para atender a esses empréstimos, disse Saireddy. Ele não revelou o cronograma da expansão.
O portfólio do Signature incluía empréstimos a empresas de private equity e fundos de capital de risco, uma parte importante de sua base de clientes, para administrar seu capital de giro.
Saireddy disse que os empréstimos garantidos por ativos ajudam a empresa a construir um negócio de financiamento crescente em renda fixa, moeda e commodities e ações.
“Aumentamos muito nossa base de depósitos nos últimos cinco a sete anos”, disse Saireddy. “E como nossos depósitos estão crescendo, estamos tentando alinhar os ativos para corresponder a esses depósitos.”
Os empréstimos para empresas de private equity diminuem nos anos em que as empresas reduzem a atividade, como em 2022 e 2023, quando o aperto monetário do Fed levou a uma queda nos negócios.
O Citigroup reduziu os empréstimos nesse mercado, disse o banco em uma teleconferência de resultados em julho passado, citando um esforço para melhorar os retornos. O banco não quis comentar.
No entanto, o mercado ficou mal atendido após o colapso de credores como o Silicon Valley Bank e o Signature e a venda do Credit Suisse para o UBS no ano passado, o que permitiu a entrada de novos participantes, segundo analistas.
“Dada a dinâmica de oferta e demanda, em que a demanda cresceu significativamente e a oferta não se manteve nos últimos dois anos, estamos vendo alguns bancos adicionais entrando nesse espaço”, disse Greg Fayvilevich, chefe global de fundos da Fitch, à Reuters.