O dólar à vista fechou a segunda-feira perto da estabilidade ante o real, em alta de 0,03%, a R$ 5,1048, influenciado por fatores como as oscilações da moeda norte-americana no exterior, a realização de parte dos lucros recentes dos investidores no Brasil e a percepção de que a taxa básica Selic seguirá em dois dígitos. Em maio, a divisa acumula baixa de 1,69%.
Pela manhã, o dólar chegou a ensaiar um movimento mais firme de alta, com investidores vendidos – posicionados no mercado futuro na queda da moeda norte-americana – realizando parte dos lucros recentes, após a divisa ter acumulado queda de 1,73% até a última sexta-feira.
Além de ter perdido força também no exterior, o dólar era influenciado, conforme dois profissionais ouvidos pela Reuters, pela curva de juros brasileira, que passou por mais um dia de alta. A visão era de que o diferencial de juros continuará favorável para o Brasil atrair investimentos internacionais, o que pesava sobre as cotações.
“Mesmo com uma alta (do dólar) de manhã, estávamos já ponderando aqui um pouco o efeito do local, especialmente depois de o mercado elevar a projeção da Selic para 2024 (no relatório Focus)”, comentou durante a tarde o diretor da assessoria de câmbio FB Capital, Fernando Bergallo.
Divulgado no início do dia, o Focus mostrou que a mediana das previsões dos economistas do mercado passou a apontar para uma Selic em 10,00% no fim deste ano, ante 9,75% no relatório da semana passada. Atualmente a taxa está em 10,50% ao ano.
“Isso dá uma segurada na alta (do dólar) sempre. Mas essa virada (para o negativo do dólar) está mesmo relacionada com a virada nas bolsas lá fora”, acrescentou Bergallo, chamando a atenção para o avanço dos índices de ações em Nova York, que também pesava globalmente sobre a moeda norte-americana.
Durante a tarde, a divisa voltou a oscilar muito próxima da estabilidade, sem que notícias internas ou externas pudessem conduzir os negócios. Em um dia de agenda esvaziada nos EUA, os investidores aguardavam pela divulgação, na próxima quarta-feira, da ata do último encontro de política monetária do Federal Reserve.
Ibovespa
O Ibovespa fechou com um declínio modesto de 0,27% nesta segunda-feira, a 127.809,26 pontos, após uma sessão sem tendência única e com o volume financeiro abaixo da média do ano, conforme agentes financeiros continuam calibrando apostas sobre política monetária, principalmente nos Estados Unidos, mas também no Brasil.
O indicador marcou 127.478,97 pontos na mínima e 128.730,25 pontos na máxima da sessão, de acordo com dados preliminares.
O volume financeiro somou R$ 17 bilhões antes dos ajustes finais, de uma média diária de R$ 24,1 bilhões no ano.