O estardalhaço no lançamento da Apple Intelligence vai além de anunciar que a Apple finalmente debutou no mundo da inteligência artificial. Serve também para reverter uma tendência perigosa para o futuro da maçã: as vendas globais de iPhones caíram 10% no primeiro trimestre deste ano – o maior tombo desde a pandemia.
Um dos motivos para as vendas menores é a falta de apelo dos modelos mais recentes. Um iPhone 15, de 2023, não é um produto tão mais chamativo que um iPhone 13, de 2021. Há poucas razões para trocar. E é aí que entra a AI (com o perdão do excesso de vogais).
Os novos serviços de inteligência artificial só funcionam nos aparelhos mais novos. Ou você troca o seu modelo antiguinho ou fica fora da brincadeira.
Somente 5% dos iPhones atualmente em funcionamento hoje receberão a Apple Intelligence – entre eles estão iPhone 15 Pro e o iPhone 15 Pro Max, os dois mais caros (os demais são iPads e Macs). Ou seja, a Apple está apostando alto na demanda pela família iPhone 16, que deve ser lançada em setembro deste ano.
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Um dos grandes problemas da maçã é a China, maior mercado do mundo. Os novos aparelhos da Huawei são as estrelas ascendentes por lá – o que gerou até uma investigação por parte do governo americano – e derrubando a participação de mercado da Apple. Até o nacionalismo chinês virou um problema: os consumidores estão optando por marcas locais, em oposição à tecnologia ocidental.
Outro desafio é a própria durabilidade dos iPhones – motivo pelo qual muitos consumidores mantêm seus aparelhos por coisa de meia década. Como o ciclo de atualização do iOS costuma durar entre cinco e seis anos, muitos usuários só trocam seus celulares quando realmente percebem que há vantagens consideráveis nos modelos mais novos. Com o embarque da IA nos iPhones novos, é o que deve acontecer.
Olhando para a concorrência, há bons auspícios. Impulsionada por recursos de inteligência artificial, a série Galaxy S24, carro-chefe da Samsung, está vendendo mais do que a predecessora S23.
No anúncio da Apple Intelligence, a empresa se dedicou a mostrar como a IA vai funcionar na prática, com recursos para criação de texto, imagens e emojis, além de uma robustecida e mais inteligente Siri e completa integração com outros dispositivos Apple, como iPads e Macs. É o começo da estratégia de convencimento para que os consumidores troquem seus aparelhos.
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As ações da Apple acumulam alta de 12% nos últimos 12 meses – contra 23,6% do S&P 500 e 31,7% da Microsoft, pioneira na adoção de IA. Com isso, a concorrente mais histórica da maçã tomou dela o posto de empresa mais valiosa do mundo; a Apple agora é a número 2, praticamente empatada com a Nvidia, o peixe grande que mais engordou na febre da IA (200% em um ano).
Os aparelhos que receberão a Apple Intelligence:
- iPhone 15 Pro
- iPhone 15 Pro Max
- iPad Pro (chip M1 e posteriores)
- iPad Air (chip M1 e posteriores)
- MacBook Air (chip M1 e posteriores)
- Macbook Pro (chip M1 e posteriores)
- iMac (chip M1 e posteriores)
- Mac mini (chip M1 e posteriores)
- Mac Studio (chip M1 Max e posteriores)
- Mac Pro (chip M2 Ultra)