A Vale Base Metals (VBM), subsidiária da Vale de metais básicos, avalia investir cerca de US$ 3,3 bilhões em medidas que visam ampliar a capacidade de ativos de cobre e níquel e reduzir custos de produção, informou a companhia nesta quinta-feira (20).
O montante, que considera apenas recursos próprios, foi sugerido a partir de conclusões e análises tomadas após uma revisão completa de todos os seus ativos, concluída em dezembro de 2023, depois de a Vale ter vendido 13% da VBM em julho passado, por US$ 3,4 bilhões.
Os planos para os potenciais novos aportes ainda estão em desenvolvimento, então, por isso, não houve ainda uma revisão do guidance atual devido ao trabalho. As conclusões foram apresentadas nesta quinta-feira a investidores.
Em um primeiro momento, a companhia poderá investir US$ 800 milhões nos próximos três anos, permitindo uma alta de 5% na produção estimada de cobre para 2026, para entre 394 mil e 431 mil toneladas.
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Já a produção estimada de níquel para 2026 poderá ser elevada em 10%, a 209 mil a 231 mil toneladas, caso os investimentos sejam realizados.
A mineradora também estimou 10% de redução dos custos estimados all-in para 2026 a partir dos investimentos, tanto para o cobre, para a faixa de US$ 3.150 a US$ 3.600 por toneladas, quanto para o níquel, para US$ 10.350 a US$ 12.150 por toneladas.
O custo all-in é a soma do custo caixa C1 (da mina ao porto) com frete, despesas, royalties e prêmios.
Após esses três anos, a companhia poderá investir os demais US$ 2,5 bilhões, em iniciativas que visam ampliar a capacidade produtiva dos ativos atuais através de medidas de produtividade e baixo investimento.
Dentre os ganhos, a empresa acredita que a partir de 2028 será possível elevar em até 100 mil toneladas a capacidade de produção de cobre atualmente estimada para 2026, para 500 mil toneladas a partir de 2028, considerando ganhos de 60 mil em Salobo, 15 mil em Sossego e 25 mil no Canadá.
Além disso, poderá aumentar em até 40 mil toneladas de capacidade de produção de níquel na mesma comparação, sendo 25 mil em Sudbury e 15 mil em Voisey’s Bay e Long Harbour.
A companhia também afirmou ser possível reduzir em até US$ 1 mil/tonelada o custo-all in de cobre e em até US$ 2 mil/tonelada no all-in de níquel.
Dentre as medidas mapeadas, a mineradora poderá realizar melhorias na produtividade de equipamentos de mina e planta em Salobo, com potencial de aumento do minério processado a mais longo prazo, através do uso de tecnologia.
Também identificou a oportunidade de utilização máxima do moinho de Sudbury, no Canadá, considerado atualmente subutilizado, por meio de maior produção de minério das minas da região.
A venda de fatia da VBM no ano passado e a revisão dos ativos ocorre como resultado de iniciativa da Vale para aprimorar a gestão dos ativos de metais básicos para gerar mais valor, tendo em vista a demanda esperada por níquel e cobre para a produção de baterias, em meio aos avanços globais para a transição energética, com eletrificação.
(Por Marta Nogueira, no Rio de Janeiro, e Letícia Fucuchima, em São Paulo)