A rede de fast-food McDonald’s deu um passo maior em direção a tornar a companhia mais diversa. A partir deste mês, 15% do valor total do bônus dos executivos da companhia estará totalmente ligado ao cumprimento de metas relacionadas a diversidade e inclusão.
Em nota, a empresa afirmou que “além do desempenho financeiro da empresa, os executivos serão avaliados por sua capacidade de defender os valores essenciais, melhorar a representação em funções de liderança tanto para mulheres quanto para grupos historicamente sub-representados e criar uma forte cultura de inclusão dentro da empresa.”
Chris Kempczinski, presidente e CEO do McDonald’s, publicou em seu perfil no LinkedIn que “ouviu e aprendeu com o sistema e com seus clientes como entender melhor o que eles mais valorizam na companhia e em quais áreas eles acham que devemos agir mais”. “Reconhecemos que esses problemas têm um peso gigante em nossos funcionários e ouvimos — em alto e bom som — que a diversidade, a equidade e a inclusão são prioridades para todo o nosso time, de nossas equipes a nossos líderes seniores”, disse.
A liderança do McDonald’s, segundo a companhia, está tomando decisões para criar uma conexão com grupos de diversidade internos e externos para fechar as vagas que estão em aberto na companhia, além de organizar um programa de mentoria para mulheres e minorias, com o objetivo de ajudá-los a avançar em suas carreiras.
No mesmo dia em que a empresa anunciou a mudança na política de remuneração extra também foi divulgada, pela primeira vez, uma análise completa dos funcionários da rede nos Estados Unidos por raça, etnia e gênero.
Os latinos, asiáticos e negros representam 29% da liderança do McDonald’s e a meta é aumentar este número para 35% até 2025. Já as mulheres ocupam 37% dos cargos de liderança, com a meta de alcançar 45% em cinco anos. Segundo o McDonald’s, o objetivo geral é “alcançar a paridade de gênero em funções de liderança (diretor sênior e acima) até o final de 2030”.
Os primeiros planos de compromisso com diversidade e inclusão foram criados após uma série de protestos no mundo todo contra o racismo e a brutalidade policial contra minorias. Em novembro, a companhia contratou Reginald J. Miller como vice-presidente e chefe da área de Diversidade.
No início de fevereiro, um homem negro dono de uma franquia da rede de fast-food entrou com uma ação judicial contra a empresa, alegando que o fato de ser negro o direcionou para restaurantes menos lucrativos em bairros de baixa renda, predominantemente negros.
Em janeiro de 2020, dois executivos negros processaram o McDonald’s com a acusação de que a empresa focava seus anúncios somente em pessoas brancas e que avaliava mais duramente as franquias lideradas por negros do que por brancos.
Além das acusações de racismo, nos últimos quatro anos, pelo menos 50 funcionários de restaurantes denunciaram casos de assédio sexual.
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