Após começar a semana pressionado, chegando a superar os R$ 5,70 na terça-feira (2), o dólar encerrou a sexta-feira (5) novamente em baixa no Brasil, acompanhando o recuo da moeda norte-americana no exterior. Ajudaram no resultado os números considerados fracos do mercado de trabalho dos EUA, e ainda sob efeito da mudança de discurso do governo Lula em relação ao ajuste fiscal.
O dólar à vista encerrou o dia cotado a R$ 5,4627 na venda, em baixa de 0,43%. Com isso, terminou a semana com queda acumulada de 2,29%. Esta é a primeira baixa semanal após seis semanas consecutivas de alta. Em 2024, porém, a divisa ainda acumula elevação de 12,60%.
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Desde quarta-feira (3), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem moderado o discurso, deixando de atacar em eventos públicos o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, o atual nível da taxa Selic e o mercado financeiro.
Além disso, Lula voltou a defender o equilíbrio fiscal, enquanto o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou a intenção do governo de cortar despesas obrigatórias de R$ 25,9 bilhões no Orçamento para 2025.
EUA
No exterior, os dados do relatório de empregos payroll mostraram que os EUA abriram 206 mil postos de trabalho fora do setor agrícola em junho, bem acima dos 190 mil esperados pelos economistas conforme pesquisa da Reuters.
No entanto, os números de maio passaram por forte revisão, de 272 mil novos empregos para 218 mil, e a taxa de desemprego subiu de 4,0% para 4,1% em junho.
A revisão para baixo e o aumento da taxa de desemprego sugerem, na visão de analistas, que a economia norte-americana está desacelerando, o que abriria espaço para corte de juros pelo Federal Reserve já em setembro.
Ibovespa
Já o Ibovespa fechou com avanço modesto nesta sexta-feira, seu quinto pregão no azul, em dia positivo para os índices em Nova York, também repercutindo os dados americanos.
O índice de referência do mercado acionário brasileiro fechou com leve alta de 0,08%, a 126.267,05 pontos.
O indicador da bolsa paulista registrou sua terceira alta semanal, subindo 1,91% nos últimos cinco dias, em um momento de melhora do humor doméstico após uma série de quedas semanais.
Em Wall Street, os índices acionários fecharam em alta, após dados recentes sinalizarem fraqueza do mercado de trabalho norte-americano e puxarem os rendimentos dos Treasuries para baixo, com o retorno do título de dez anos marcando 4,2784% no final da tarde, de 4,3470% na véspera.
“A bolsa está em um terreno de indefinição, isso tudo está acontecendo por conta da falta de novidades grandiosas… e se a gente olha para o mercado internacional, a bola da vez era o ‘payroll‘, e ele, no geral, veio dentro dos conformes”, afirmou o analista Sidney Lima, da Ouro Preto Investimentos.