Nicolas Maduro prometeu atender às demandas internacionais de que o país divulgue as atas completas de votação da eleição da Venezuela. A promessa foi feita durante reunião com Celso Amorim, assessor de relações exteriores de Lula, de acordo com um funcionário do governo brasileiro familiarizado com o assunto.
A eleição na Venezuela gerou protestos no país. Os manifestantes foram reprimidos pelas forças de segurança e quatro pessoas morreram até o momento. A oposição diz ter provas de que houve crime eleitoral.
Maduro se encontrou Amorim no Palácio de Miraflores em Caracas na segunda-feira, em meio à crescente pressão do Brasil, Colômbia e outras nações para verificar publicamente os resultados de uma eleição de domingo na qual ele foi declarado vencedor e a oposição alegou fraude.
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Maduro disse a Amorim que o governo apresentará os dados eleitorais, incluindo os registros de cédulas para cada seção eleitoral que o Brasil exigiu, nos próximos dias, de acordo com o funcionário, que pediu anonimato para discutir assuntos internos. O líder venezuelano disse que a divulgação foi adiada devido a um ataque à rede elétrica do país, de acordo com o funcionário. Maduro também argumentou que é alvo de uma tentativa de golpe.
O governo venezuelano não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
Após a reunião com Maduro, Amorim se encontrou com o candidato da oposição Edmundo Gonzalez, que lhe pediu para insistir na divulgação dos registros das cédulas, de acordo com a autoridade brasileira. Líderes da oposição anunciaram na segunda-feira que têm tabulações mostrando que Gonzalez venceu a votação.
Lula deve falar com o presidente Joe Biden na terça-feira sobre os últimos acontecimentos na Venezuela. O secretário de Estado Antony Blinken disse na segunda-feira que os EUA têm “sérias preocupações” sobre a eleição e pediu a divulgação de uma tabulação detalhada dos votos.
Lula, um aliado de longa data dos governos socialistas da Venezuela, está chateado com a situação em Caracas e acredita que Maduro falhouem cumprir as promessas de transparência no processo eleitoral, disseram duas autoridades brasileiras na segunda-feira.
As tensões entre as duas nações têm aumentado desde antes da votação, com o tribunal eleitoral do Brasil decidindo não enviar observadores depois que Maduro criticou o sistema de votação do país. Lula não comentou publicamente sobre o resultado da eleição, mas disse na semana passada que Maduro precisava aprender a perder e que o futuro da Venezuela dependia de uma eleição que a comunidade internacional considerasse legítima.
Embora o Brasil ainda não tenha reconhecido oficialmente os resultados, o Partido dos Trabalhadores de Lula, de esquerda, elogiou a eleição como “pacífica” e “democrática” em uma declaração de segunda-feira que reconheceu a vitória de Madur