A decisão do Brasil de apertar as restrições de entrada para alguns viajantes estrangeiros surgiu em resposta a uma explosão de pedidos de refugiados em seu principal aeroporto internacional, tornando-o o mais novo país a lidar com um aumento na migração.
As autoridades disseram que mais de 6,3 mil passageiros do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, solicitaram o status este ano. Até quarta-feira, 481 pessoas estavam no aeroporto esperando os resultados de suas solicitações, disse o Ministério da Justiça e Segurança Pública em comunicado.
O aeroporto se tornou um ponto de partida nos últimos anos para migrantes, principalmente da Ásia, que buscam chegar aos Estados Unidos e ao Canadá. No ano passado, 4.239 solicitações de status de refugiado vieram de viajantes em Guarulhos, contra apenas 69 em 2013, de acordo com o ministério.
Novas regras que entram em vigor na segunda-feira (26) buscam impedir uma prática na qual pessoas que deveriam viajar pelo Brasil abandonam a etapa final de sua jornada e solicitam status de refugiado. Uma vez concedida a proteção, muitos migrantes continuam viajando para o norte, inclusive através do perigoso cruzamento Darien Gap, no Panamá, diz a polícia brasileira.
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O número crescente de passageiros esperando em um limbo legal alimentou preocupações sobre potenciais abusos de direitos humanos no aeroporto. Autoridades dizem que um migrante morreu no início deste mês após adoecer em uma área de espera.
Autoridades do aeroporto de Guarulhos não quiseram comentar.
Em todo o mundo, os principais aeroportos estão lidando com um fluxo de migrantes que está sobrecarregando os serviços e a paciência dos moradores locais.
As tensões aumentaram nos Estados Unidos enquanto autoridades lutavam para realocar migrantes que se abrigavam nos aeroportos O’Hare, em Chicago, e Logan, em Boston. Em janeiro, grupos de direitos humanos alertaram sobre as péssimas condições de vida de centenas que solicitam refúgio retidos no aeroporto de Barajas, em Madri.
Mas a partir da semana que vem, passageiros sem visto obrigatório não poderão mais permanecer no país.
“A medida não se aplica aos países que estão na lista de isenção de visto para entrada no Brasil”, disse o Ministério da Justiça em nota.
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