O ministro da Fazenda Fernando Haddad, disse que o governo está preocupado que o ressurgimento de condições climáticas extremas possa estimular a inflação. A seca persistente do país pode refletir em aumentos nos preços de alimentos e energia, disse Haddad a repórteres em Brasília na quarta-feira (11).
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O país está em alerta, pois a pior seca em 40 anos, colocando as plantações e o fornecimento de energia em risco. Esses problemas complicam a perspectiva para o Banco Central, que está sob pressão para iniciar aumentos de juros em 18 de setembro como forma de conter uma escalada da inflação. O governo tem consistentemente criticado os altos custos de empréstimos como um impedimento para um crescimento mais rápido.
“O Banco Central tem o arcabouço técnico para tomar a melhor decisão”, afirmou Haddad. “Vamos esperar a decisão de política monetária da semana que vem.”
De maio a agosto, algumas áreas agrícolas importantes enfrentaram o clima mais seco desde 1981, de acordo com o centro de monitoramento de desastres naturais Cemaden. A falta de chuvas representa riscos para o fornecimento de safras em um mundo que se tornou cada vez mais dependente do Brasil para tudo, de açúcar a café e soja.
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O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta de umidade perigosamente baixa na maioria dos estados brasileiros durante os próximos dias. Mais de 500 municípios decretaram estado de emergência devido aos incêndios, segundo a Confederação Nacional dos Municípios (CNM).
O governo brasileiro aumentará sua projeção de crescimento econômico para 2024, disse Haddad, acrescentando que o produto interno bruto deve crescer mais de 3% este ano.
Analistas consultados pelo banco central esperam que os formuladores de políticas elevem a taxa básica de juros, a Selic, para 11,25% em dezembro, ante seu nível atual de 10,5%.
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