A Eletrobras considera que a geradora Emae “não faz sentido” em seu portfólio no longo prazo, e dificilmente participará do leilão de privatização marcado pelo governo paulista para a próxima semana, disse à Reuters um diretor da companhia.
“O ativo tem atrativo e pode gerar valor. Para isso, tem que pôr muita energia, e para nós seria um distração, tiraria nosso foco”, afirmou Élio Wolff, vice-presidente de Estratégia e Desenvolvimento de Negócios da Eletrobras, após participação no Fórum Brasileiro de Lideres em Energia.
“É difícil de adquirir o controle, já temos participação lá… ficar com controle de uma empresa que é uma Eletrobras com proporções menores, é difícil”, acrescentou ele.
A Eletrobras é uma importante acionista da Emae, com 64,8% das ações preferenciais e 39% do capital total.
Previsto para 19 de abril, o leilão da Emae marcará a venda da última estatal paulista de energia e poderá movimentar ao menos 779,8 milhões de reais, com base no preço mínimo estabelecido pelo Estado para a alienação das ações.
Segundo o executivo da Eletrobras, há cerca de cinco empresas que analisam disputar o leilão. Como o portfólio da Emae é diversificado, com ativos imobiliários, além das hidrelétricas e uma usina térmica, ele avaliou que o futuro controlador deverá conhecer bem o setor para conseguir “virar” a companhia.
Wolff ressaltou ainda que, se o futuro controlador tiver interesse, a Eletrobras está disposta a conversar para desinvestir de sua participação.
“Se quem entrar quiser comprar, vamos conversar, se quiser compor para fazer negócio, melhorar, vamos analisar… Não há desespero para sair. O mais importante é que quem entre arrume a casa”. (Por Rodrigo Viga Gaier)