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União Europeia diz não reconhecer resultado das eleições na Venezuela

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O atual presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, fala durante uma entrevista coletiva após votar durante as eleições presidenciais. Foto: Jesus Vargas/Getty Images

O Conselho Europeu divulgou, na noite deste domingo (4), uma declaração afirmando que não pode reconhecer os resultados das eleições na Venezuela sem a publicação das atas oficiais.

“Sem evidências que os sustentem, os resultados publicados em 2 de agosto pelo CNE [o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela] não podem ser reconhecidos”, diz o comunicado feito em nome do bloco. “Qualquer tentativa de atrasar a publicação completa dos registros oficiais de votação apenas lançará mais dúvidas sobre a credibilidade dos resultados oficialmente publicados.”

Declarando acompanhar com preocupação os eventos da última semana na Venezuela, a UE pede “calma e moderação”e que as autoridades do país ponham “fim às detenções arbitrárias, à repressão e à retórica violenta contra membros da oposição e da sociedade civil, e a libertar todos os presos políticos”.

O bloco citou ainda que “cópias dos registros de votação eleitoral publicadas pela oposição, e revistas por várias organizações independentes, indicam que Edmundo González Urrutia pareceria ser o vencedor das eleições presidenciais por uma maioria significativa”.

A nota diz que “a União Europeia, portanto, pede uma verificação independente adicional dos registros eleitorais, se possível por uma entidade internacionalmente reconhecida”.

Na quarta-feira passada (31), o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, também cobrou a divulgação das atas antes de reconhecer o resultado.

“É normal que tenha uma briga. Como é que vai resolver essa briga? Apresenta a ata. Se a ata tiver dúvida entre a oposição e a situação, a oposição entra com recurso e vai esperar a Justiça tomar o processo. E aí vai ter uma decisão que a gente tem que acatar”, afirmou Lula em entrevista à TV Centro América.

País vive instabilidade

Desde o domingo passado, 28 de julho, quando a população venezuelana foi às urnas, o país vive dias turbulentos. Na noite do próprio domingo, Nicolás Maduro, atual presidente e candidato à reeleição, declarou sua vitória, mas a oposição contestou o resultado.

Na terça-feira (30), os Estados Unidos afirmaram que Maduro perdeu a eleição, e o líder venezuelano prometeu divulgar as atas das seções eleitorais “nos próximos dias”.

Protestos de apoiadores dos dois lados eclodiram pelo país e, até terça, sete mortes já haviam sido confirmadas. No mesmo dia, o Itamaraty emitiu um alerta para cidadãos brasileiros.

Na quinta (1º), o CNE ratificou a eleição de Maduro, embora as atas não tenham sido divulgadas.