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Estiagem e La Niña ameaçam abastecimento de água em São Paulo para 2025 

Seis dos sete conjuntos de represas que abastecem a região metropolitana de São Paulo estão com volume abaixo do registrado em agosto de 2023. O sistema Cantareira, maior deles e responsável por 46% da água da região, está em 58,4%, contra 74,5% há um ano.

Culpa da falta de chuvas. Nos últimos 30 dias, o sistema Cantareira subiu de nível em apenas um – em 28 diminuiu, e em um ficou estável. Níveis acima de 50% são considerados bons, mas as perspectivas para o volume de chuvas nos próximos meses não são das melhores.

O problema é o seguinte: com o fim do El Niño, que causa chuvas no Sul e Sudeste, é possível que entre em cena sua irmã, La Niña. O menino é um aquecimento anômalo das águas do Pacífico, que acontece com frequência irregular (a cada dois ou sete anos). A menina, seu oposto: um resfriamento maior do que a média nas mesmas águas – cujo efeito colateral para o Sul e Sudeste é reduzir a quantidade de chuvas. 

Não há como cravar se haverá ou não de La Niña nos próximos meses. Mas a possibilidade é grande: 66% para que a formação tenha início entre setembro e novembro, de acordo com um boletim da Noaa (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica, dos EUA).  

Caso isso aconteça, a Niña deve atrapalhar a estação das chuvas, e pegar os sistemas de abastecimento de calças curtas. É basicamente o que aconteceu em 2014. Após uma sequência de estiagens, o sistema Cantareira chegou a 4,4%. No pior dos cenários, algo parecido pode acontecer em 2025.  

A estiagem deste ano já causa problemas concretos. Bauru, cidade de 380 mil habitantes no centro do Estado de São Paulo, está desde maio em regime de rodízio. Três regiões da cidade revezam períodos de 24 horas com água e 48 horas sem. A questão ali é o baixo nível da lagoa de captação do Rio Batalha. A perspectiva é que a situação melhore em outubro, com o aumento do volume de chuvas na região – mas La Niña pode estragar tudo.