O volume administrado por gestores de patrimônio chegou a R$ 457,4 bilhões em 2023, um avanço de 7,5% na comparação com dezembro de 2022, segundo dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).
O resultado foi impactado por uma movimentação atípica em fundos de ações no valor de R$ 24 bilhões. Sem a influência desse movimento, o volume financeiro se manteria praticamente estável, com alta de 1,8%.
A movimentação atípica puxou o crescimento da renda variável em 14,6%, para R$ 155,7 bilhões, o que representa 34% do total investido. O destaque ficou com os fundos de ações, que cresceram 26%, somando R$ 107 bilhões. Sem a movimentação atípica, os fundos de ações teriam crescido apenas 1,8%. As ações recuaram 23%, somando R$ 21,2 bilhões no fechamento de 2023.
“Os gestores de patrimônio não refletiram o otimismo causado pela alta anual do Ibovespa, estimulada pelo início do corte da Selic no Brasil e pela perspectiva de relaxamento monetário nos Estados Unidos. A taxa de juros ainda em dois dígitos também pode ter motivado mais cautela no setor”, disse Fernando Vallada, diretor da Anbima.
Os fundos multimercados fecharam 2023 com um montante de R$ 96,4 bilhões, um recuo de 5,1% frente a dezembro de 2022. Impactados pela queda de 8% do dólar frente ao real no ano passado, os fundos cambiais caíram 59,6%, terminando o ano com R$ 100 milhões investidos.
Por outro lado, FIPs (Fundos de Investimento Participação), os fundos imobiliários e ETFs (Exchange Traded Funds) avançaram. Os primeiros registraram alta de 17,9%, somando R$ 27,3 bilhões. Os imobiliários fecharam 2023 em R$ 16,3 bilhões, crescimento de 22,8%, enquanto os ETFs registraram aumento de 111,3%, totalizando R$ 2,8 bilhões.