O Bitcoin recuou mais de 10% de seu recorde histórico, com o enfraquecimento da demanda pelos novos fundos negociados em bolsa dedicados ao token nos EUA. E os estrategistas do JPMorgan alertam que o recuo pode ir mais longe.
Esta semana, o grupo de 10 ETFs que investem diretamente em Bitcoin sofreu o maior fluxo de saída desde que foram lançados em 11 de janeiro. O recuo semanal da criptomoeda foi de mais de 6%, para cerca de US$ 63.600.
O Bitcoin “ainda parece sobrecomprado”, disseram estrategistas do JPMorgan, renovando uma previsão de fevereiro para novas quedas que antecederão o tão-aguardado halving em abril, quando o incentivo às mineradoras para cunhar o ativo digital será reduzido pela metade.
Um nível persistente de posições em aberto de futuros de Bitcoin na bolsa CME, em Chicago, e os saques dos ETFs são sinais de baixa significativos para o preço do Bitcoin, disseram os estrategistas liderados por Nikolaos Panigirtzoglou.
“O ritmo de entradas líquidas nos ETFs de Bitcoin desacelerou acentuadamente, com uma saída significativa na semana passada”, escreveram os estrategistas. “Isso desafia a noção de que o cenário de fluxos dos ETFs de Bitcoin seria caracterizado como um fluxo líquido unidirecional sustentado. À medida que nos aproximamos do halving, é mais provável que esta realização de lucros continue, especialmente contra um cenário de posicionamento que ainda parece sobrecomprado, apesar da correção da última semana.”
No mês passado, o banco previu que o preço do Bitcoin cairá para US$ 42.000 depois de abril, à medida que “a euforia induzida pelo halving do Bitcoin diminuir”.
Um valor líquido de US$ 836 milhões foi sacado dos ETFs entre segunda e quinta-feira, refletindo fortes saídas do Grayscale Bitcoin Trust e uma moderação nos fluxos dos fundos da BlackRock e Fidelity.
Os fundos ainda acumulam ingressos líquidos de US$ 11,3 bilhões até o momento, segundo dados compilados pela Bloomberg.