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BofA diz que megacaps vão puxar S&P enquanto juro real for baixo

O mercado acionário dos EUA continuará a ser liderado por um punhado de empresas gigantes, as chamadas megacaps, até que uma alta das taxas de juros reais desperte temores de recessão, segundo estrategistas do Bank of America.

A equipe liderada por Michael Hartnett observou que as 10 empresas americanas com maior valor de mercado atingiram um peso recorde de 34% da capitalização do índice S&P 500, enquanto as 10 principais ações globais atingiram um recorde de 23% do MSCI All-Country World Index.

Essa concentração permanecerá intacta até que as taxas reais de 10 anos dos Treasuries americanos indexados à inflação subam para cerca de 3%, ou até que “yields mais altos se combinem com spreads de crédito mais elevados em uma ameaça de recessão”, escreveram os estrategistas. Os yields dos títulos indexados, vistos como um indicador de condições financeiras restritivas, são uma forma de prever o fim de bolhas no mercado de ações dos EUA.

Apesar de um abril turbulento, as sete gigantes de tecnologia dos EUA — grupo que inclui Nvidia, Apple e Amazon – mantiveram uma grande lacuna de desempenho em relação ao resto do mercado desde o início do ano.

A volatilidade regressou ao mercado de ações este mês, após um primeiro trimestre forte, depois que o mercado reduziu as apostas em cortes de juros do Federal Reserve este ano, enquanto o conflito no Oriente Médio fez subir os preços das matérias-primas, alimentando receios de inflação. Mas as ações têm mostrado resiliência, apesar taxa do Treasury de 10 anos normal ter subido para uma máxima de quase seis meses, acima de 4,70%, em meio a dados que apontam para uma economia robusta.

O mercado está atualmente posicionado para um cenário de “não aterrissagem” da economia americana, escreveram os estrategas do BofA – referindo-se às apostas de que os juros permanecerão elevados por mais tempo enquanto o crescimento econômico permanecerá forte. Isso seria positivo para ações, especialmente as cíclicas, acrescentaram.

No entanto, o risco de aceleração da inflação seria negativo para os ativos de risco, desencadearia volatilidade e favoreceria notas de curto prazo equivalentes a caixa, ouro e commodities, observaram os estrategistas.