Buffett sobe ao palco no evento da Berkshire, faz homenagem a Munger e reduz participação na Apple
Por Jonathan Stempel e Koh Gui Qing
OMAHA, Estados Unidos (Reuters) – Warren Buffett subiu ao palco durante a reunião anual da Berkshire Hathaway, fez uma homenagem ao seu sócio de longa data, Charlie Munger, que morreu no ano passado, e delineou a meta da Berkshire de aumentar os lucros.
Foi a 60ª reunião de Buffett, 93, desde que ele assumiu a Berkshire em 1965. No geral, ele parou de aparecer em público para discutir a empresa. Ele afirmou a investidores em novembro que se sentia bem, mas sabia que estava “jogando a prorrogação”.
Foi a primeira reunião de acionistas desde que Charlie Munger, amigo de longa data, sócio e contraste de Buffett, morreu em novembro aos 99 anos. Em um vídeo antes da reunião, a Berkshire fez uma homenagem a Munger mostrando fotos de Omaha de 1924 e imagens de Buffett e Munger ao longo dos anos.
Munger era conhecido por suas respostas lacônicas e mordazes às avaliações muitas vezes longas de Buffett sobre a Berkshire, a economia, Wall Street e a vida.
“Os pensamentos arquitetônicos de Charlie levaram à Berkshire Hathaway de hoje em dia”, afirmou Buffett, no vídeo. Seu projeto, disse, “permanece além da sua vida e continuará vivo muito além da minha”.
Antes da reunião, a Berkshire divulgou lucros no primeiro trimestre que mostraram que sua pilha de dinheiro aumentou para 189 bilhões de dólares até 31 de março, enquanto sua participação na Apple diminuiu. Com base nas mudanças no preço dos papéis da Apple, parece que a Berkshire vendeu 13% de suas ações da empresa no trimestre.
Buffett elogia há muito tempo a liderança da fabricante do iPhone e seu domínio do mercado. Alguns investidores expressaram preocupação que a Apple se tornou uma parte grande demais do portfólio de investimento da Berkshire. O presidente-executivo da Apple, Tim Cook, estava na plateia na reunião deste sábado.
“O objetivo da Berkshire… é aumentar os lucros operacionais”, disse Buffett, ao iniciar a reunião com uma análise dos lucros do primeiro trimestre.
No centro de Omaha, centenas de acionistas aguardaram na fila durante a noite para entrar cedo na reunião. Quando as portas foram abertas, alguns acionistas correram para conseguir bons assentos e o auditório rapidamente ficou lotado.
Os investidores estão focados em como o conglomerado evoluirá, diante de desafios como a melhor maneira de crescer sem pagar a mais por aquisições, se pagará dividendos ou não e como utilizar o caixa disponível, que estava em 189 bilhões de dólares até o fim de março.
A Berkshire é um conglomerado de 862 bilhões de dólares com dezenas de negócios, incluindo a ferrovia BNSF, a seguradora de carros Geico, a rede de fast food Dairy Queen e a empresa de roupas Fruit of the Loom. Também é dona de mais de 300 bilhões de dólares em ações, quase metade delas da Apple.
As ações da Berkshire subiram 23% no último ano, atrás dos ganhos de 25% do índice Standard & Poor’s 500. Na última década, acresceram 218% contra 172% do S&P 500.
(Reportagem de Gui Qing Koh e Jonathan Stempel; reportagem adicional de Scott Morgan e Davide Barbuscia)