Calma. Ainda faltam 35% de alta para a máxima histórica do Ibovespa
O Ibovespa subiu 1,36% e fechou em 135.777 pontos nesta segunda (19) – novo recorde de fechamento, superando os 134.194 pontos de 27 de dezembro do ano passado.
A bolsa lavou a égua de vez, então? Nem tanto. O que temos aí é um recorde nominal, que não leva em conta a inflação. Recorde real é outra coisa.
Tipo: R$ 100 de 1994 valem bem mais do que R$ 100 de 2024. Precisamente, oito vezes mais. R$ 800 de hoje, então, são o valor real de R$ 100 de 1994. Com a pontuação do Ibovespa é a mesma coisa.
70 mil pontos do passado, por exemplo, podem valer mais do que 134 mil quando você converte para valores de hoje; valores reais. E é justamente o que acontece.
A maior pontuação da história do índice em valores reais rolou em 20 de maio de 2008. Ela equivale a 183.715 pontos de hoje.
Em termos nominais, tinham sido 73.517 pontos. Adicione aí os 149,9% de inflação dos 16 anos que nos separam de 2008, e voilà: temos esses 183,7 mil pontos. Para chegar lá, então, a bolsa precisa subir pelo menos 35% – provavelmente um pouco mais, já que a inflação é como o tempo: não para (fora certas exceções que não vêm ao caso agora).
Ibovespa em dólar
Outra medida para analisar a pontuação histórica do Ibovespa para além da parte nominal é “dolarizar” a coisa. Você pega a pontuação de fechamento e divide pelo dólar do dia (de acordo com a Ptax, a cotação que o BC apura ao longo da manhã).
A Ptax de hoje fechou em R$ 5,42. Pegue os 135.777 pontos de hoje e divida por isso. Dá 25.051 pontos. Essa é a “pontuação do Ibovespa em dólar”.
Agora peça para um robô fazer esse mesmo exercício para todos os fechamentos da bolsa e da Ptax ao longo da história. Ele vai mostrar que a maior pontuação do Ibov por esse critério rolou também em maio de 2008: 44,5 mil. Foi uma cortesia do dólar da época, cotado a R$ 1,65 (73,5 mil pontos/1,65 = 44,5 mil).
Para chegar a esse patamar novamente, o IbovUSD precisa subir 77%.
Pois é. Melhor esperar sentado.