Com ‘mercado grande’, Red Hat, da IBM, investe esforços em serviço de inovação para empresas no Brasil
Nem só de inteligência artificial vive a inovação nas empresas, e a Red Hat, da IBM (IBMB34), tem uma área especial para convencê-las disso. Agora, os esforços incluem disseminá-la também no Brasil, com reuniões entre o chefe do serviço, o executivo indiano Anurag Goel, e clientes no país nesta semana. “Como o mercado em si é grande, existe um elevado potencial de crescimento”, disse ele sobre os negócios da empresa por aqui.
O serviço é o Business Value Practise (BVP, Prática de Valor Empresarial), lançado há 3 anos pela Red Hat globalmente e há 1 ano no Brasil. A ideia é analisar o tipo de investimento em tecnologia mais adequado para as companhias, incluindo opções que vão desde automação até internet das coisas (IOT) e, claro, inteligência artificial.
O empenho acontece num cenário em que as empresas buscam formas de não perder a corrida da inovação, o que tem impulsionado resultados de companhias do setor, incluindo a própria IBM e concorrentes como a Nvidia (NVDC34). Nesse contexto, Goel comenta que o desafio está no equilíbrio entre a perseguição de objetivos corporativos e a devida atenção às tecnologias adotadas para isso.
“A tecnologia é um facilitador. No final das contas, é um capacitador para solucionar um objetivo de negócio, atingindo um objetivo de negócio para a empresa”, disse ele em entrevista ao InvestNews. “Agora, a tecnologia para chegar lá vem depois. Não se deve olhar primeiro para a tecnologia e depois para os resultados.”
“Minha recomendação seria começar com o que você está tentando alcançar como medidas de sucesso e, a partir daí, trabalhar de trás para frente para selecionar a melhor tecnologia para chegar lá.”
Anurag Goel, chefe global de consultoria e realização de valor na Red Hat, da IBM
Em outras palavras, ele defende que a tecnologia se adapte às demandas do mercado, e não o contrário (como criar uma demanda somente para utilizar a “tecnologia do momento”), e cita como exemplo um cliente brasileiro com quem se reuniu na segunda-feira (26) – segundo ele, “um dos maiores bancos do Brasil”.
“Eles realmente não se importam com os detalhes do produto, não se importam com os recursos, não se importam com os botões a serem pressionados no Openshift (uma das plataformas da empresa para gerenciamento de softwares), por exemplo. Openshift é uma caixa preta para eles, mas o que importa é como isso se traduz em KPIs de negócios pelos quais eles são remunerados”, afirma o executivo.
“Se for crescimento de receita, otimização de custos, margens de lucro, essa é a moeda com a qual eles negociam”, completa.
Ele cita outros exemplos entre os clientes da Red Hat no país. “Uma das maiores instituições do setor de saúde no Brasil”, segundo a empresa, teve R$ 4,48 milhões de economia por ganhos de eficiência em 34.128 horas economizadas com a implementação de automação.
Quando os projetos falham – e como tentar evitar
O foco do BVP agora não é apenas identificar a tecnologia mais indicada para as necessidades dos clientes, mas também tentar impedir que a falta de monitoramento torne as ferramentas obsoletas e o investimento, perdido. Segundo Goel, esse é o erro mais comum das companhias na busca por inovação.
“Vejo muitos projetos de tecnologia sendo iniciados, mas não são bem-sucedidos ou ficam desatualizados. O aumento do escopo deles acontece e, adivinhe, em algum momento as empresas param de investir nesses projetos.”
Anurag Goel, da Red Hat
Ele acredita que “um dos principais motivos é porque não há um acompanhamento adequado” dos resultados do projeto, motivo pelo qual o BVP passou a direcionar atenções para essa avaliação. A ideia é acompanhar os resultados por um período após a implementação da ferramenta de tecnologia.
“Porque, se você conseguir se sair bem nessa conversa, então os clientes saberão com certeza que sim, ‘eu investi, digamos, US$ 1 milhão nesta tecnologia, e na verdade estou recebendo um retorno que é superior a US$ 1 milhão’, o que significa que é um investimento líquido positivo. Daí o projeto ser um sucesso – ou não. Se você não conseguir ter esse tipo de conversa objetiva e muito específica, é quando os projetos estão falhando.”
Veja também