Como calcular o risco das mudanças climáticas? Os bancões dos EUA não sabem dizer
A falta de dados está complicando a vida dos grandes bancos dos Estados Unidos. As instituições financeiras de Wall Street reclamaram ao Federal Reserve que não estão consegindo calcular adequadamente os riscos para os seus negócios associados às mudanças climáticas.
A conclusão vem depois de um exercício de vários meses para tentar medir como furacões, secas ou outros eventos climáticos extremos podem afetar as carteiras dos credores. Seis bancos participaram: Goldman Sachs, JPMorgan Chase, Wells Fargo, Bank of America, Citigroup e Morgan Stanley.
Alguns desafios de dados estavam relacionados a características dos edifícios e às coberturas de seguro. “Em muitos casos, os participantes dependeram de fornecedores externos para preencher lacunas de dados e modelagem”, diz o relatório do Fed divulgado na quinta-feira (9).
“A incerteza em torno do momento e da magnitude dos riscos relacionados ao clima tornou difícil para os participantes determinar a melhor forma de incorporar esses riscos em suas estruturas de gerenciamento de risco em uma base de negócios como de costume”, segue o texto.
Ao contrário dos testes de estresse tradicionais, o programa climático não terá implicações de capital ou supervisão para os bancos, segundo o Fed. O exercício tem o objetivo de garantir que as instituições financeiras estejam preparadas para os riscos advindos por um clima em transformações e por eventos climáticos severos. Também serve para que os bancos estejam preparadas para atuar em uma economia menos dependente de combustíveis fósseis.
Os reguladores financeiros têm sido acompanhados de perto por políticos republicanos. Eles temem que órgãos como o Fed passem a fazer parte da formulação de políticas ambientais, sociais e de governança que qualquer ação vista como adentrando no domínio da formulação de políticas ambientais, sociais e de governança.