Depois da black monday, uma ruby tuesday: bolsas para o alto, dólar para baixo
No fundo do poço, às vezes tem um buraco, às vezes tem uma mola. Esta terça foi dia de mola. Começou no Japão, que devolveu o grosso da queda de ontem: alta de 10%, contra o tombo de 12% que tinha dado início à black monday.
Nos EUA, S&P 500 e Nasdaq não chegaram a uma reação tão simétrica. Mas, sim, foi uma terça de alívio. Depois de ambas terem caído 3% ontem, altas de 1,03% para as duas (aí sim teve simetria…).
Uma demonstração de que a sangria desatada de ontem esteve mais para uma correção – com muito efeito manada turbinado por vendas automáticas quando papéis caem demais, retroalimentando o processo.
Por aqui, de qualquer forma, nem tinha sido tudo isso (queda relativamente leve ontem, de 0,46%, numa amostra do quão cansado de guerra está o Ibovespa). Na terça, uma bela alta, no ritmo do bom humor desta ruby tuesday: 0,80%, a 126.666 pontos.
Dólar: R$ 5,65
Para quem assustou com a moeda americana a R$ 5,86 na manhã de ontem, vale um número. Daquele momento até o fechamento desta terça, a queda foi de grossos 3,58%. Na estatística que conta, a do dia, queda de 1,46%, a R$ 5,65.
A ata copom corroborou para isso. O BC indicou que não hesitará em elevar a Selic para assegurar a convergência da inflação à meta se julgar apropriado.
“O Comitê avaliará a melhor estratégia: de um lado, se a estratégia de manutenção da taxa de juros por um tempo suficientemente longo levará a inflação à meta no horizonte relevante; de outro lado, o Comitê, unanimemente, reforçou que não hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta se julgar apropriado”, registrou o documento.
A mensagem foi considerada por parte do mercado como hawkish (dura) e, em reação, a curva de juros brasileira passou a precificar chances majoritárias de o Copom elevar em 25 pontos-base a Selic já em sua reunião de setembro.