Fórmula 1 2024: Hamilton Se Despede Da Mercedes E Verstappen Busca O Tetra
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O som assustador dos motores V6 sendo acionados no Circuito Internacional do Bahrein só pode significar uma coisa: a Fórmula 1 está de volta. A temporada de 2024 será a mais longa da história, com 24 finais de semana de corrida.
Depois que o astro da Red Bull Racing, Max Verstappen, conquistou seu terceiro Campeonato Mundial de Pilotos consecutivo no ano passado, as férias de inverno produziram muitas manchetes.
Veja aqui tudo o que você precisa saber sobre a Fórmula 1 deste ano.
Como assistir à abertura da temporada no Bahrein
A temporada de 2024 começa com o Grande Prêmio do Bahrein, após três dias de testes no país do Oriente Médio nesta semana.
Os fins de semana de Fórmula 1 normalmente acontecem de sexta a domingo, embora no Bahrein o primeiro e o segundo treinos sejam realizados nesta quinta-feira (29), o terceiro treino e a classificação acontecerão nesta sexta (1º), e a corrida será no sábado (2).
Os telespectadores brasileiros podem assistir a cada GP do calendário recorde na Band. A corrida será transmitida na TV aberta a partir das 12h de sábado.
O Grande Prêmio da Arábia Saudita, que acontece uma semana depois, também seguirá a programação de quinta a sábado. Ambos os fins de semana de corrida serão adiantados 24 horas para acomodar o Ramadã, o mês mais sagrado do calendário islamico, que começa em 10 de março.
A última dança de Hamilton
A temporada de 2024 do heptacampeão mundial Lewis Hamilton anuncia o fim de uma era. Hamilton surpreendeu o mundo do automobilismo quando foi anunciado que ele deixaria a Mercedes no fim do ano para se juntar à Ferrari na campanha de 2025.
“Foram dias loucos, cheios de uma série de emoções. Mas como todos vocês sabem, depois de incríveis 11 anos na equipe Mercedes-AMG PETRONAS F1, chegou a hora de começar um novo capítulo em minha vida e me juntarei à Scuderia Ferrari em 2025”, Hamilton disse em suas redes sociais no início do mês.
“Me sinto incrivelmente feliz, depois de conseguir coisas com a Mercedes que só poderia ter sonhado quando era criança, agora tenho a oportunidade de realizar outro sonho de infância. Dirigindo a Ferrari vermelha”.
A significativa mudança de Hamilton foi descrita pelo locutor de F1 Will Buxton nas redes sociais como a “maior transferência de piloto na história do esporte”. No entanto, antes do piloto britânico ir para Maranello para substituir Carlos Sainz na equipe italiana, ele tem um 12º e último ano com os Silver Arrows para se concentrar.
“Quero ajudar a Mercedes a vencer mais uma vez”, escreveu Hamilton. “Estou 100% comprometido com o trabalho que preciso fazer e determinado a encerrar minha parceria com a equipe em alta”.
Depois de dominar a Fórmula 1 durante a era turbo-híbrida e ganhar oito títulos consecutivos de 2014 a 2021, a Mercedes cedeu sua posição no topo do esporte para a Red Bull na temporada de 2022, após não ter conseguido se adaptar aos novos regulamentos técnicos introduzidos naquele ano.
A Ferrari muitas vezes pareceu ser a equipe com maior probabilidade de desafiar a Red Bull nos últimos tempos, com a única vitória da Mercedes nos dois anos anteriores vindo do companheiro de equipe de Hamilton, George Russell, em novembro de 2022.
O próprio Hamilton não vence uma corrida desde a penúltima prova da campanha de 2021 em Jeddah, na Arábia Saudita, uma semana antes de ver o oitavo Munidal de Pilotos ser brutalmente arrancado dele em Abu Dhabi, na última volta do Grande Prêmio.
Embora possa parecer que Hamilton está abandonando o barco na hora certa, o piloto de 39 anos tentará encerrar sua ilustre carreira na Mercedes com uma imagem positiva.
Verstappen e a Red Bull conseguirão repetir a dose?
A temporada de 2023 da Red Bull foi a mais dominante de todos os tempos. A equipe venceu 21 das 22 corridas, com Verstappen conquistando um recorde de vitória 19 vezes a caminho do terceiro título de pilotos.
Tal foi o domínio do holandês que os fins de semana muitas vezes tinham uma sensação pré-determinada, independentemente de onde Verstappen começasse a corrida.
“O que é particularmente impressionante nesse ano [2023] para Max é que, mesmo que ele nem sempre tenha largado na frente, sempre teve a confiança dentro de si de que pode chegar na frente”, disse o correspondente e apresentador de F1 Lawrence Barretto à CNN em outubro.
“E isso vem não apenas de sua crença em sua própria habilidade, mas também porque ele acredita na qualidade do carro e na qualidade da equipe”.
O fato de Verstappen estar dirigindo o RB19 ajuda, um feito notável de engenharia que muitos chamam de o melhor carro de Fórmula 1 de todos os tempos e que resultou em uma das combinações piloto-carro mais potentes que o esporte já viu.
O debate sobre se tal domínio é bom para a categoria continuará, embora haja muito interesse em saber se a oferta deste ano, o RB20 radicalmente redesenhado, pode replicar esse nível de controle.
“Será sempre difícil tentar replicar o ano que tivemos, mas sempre tentamos aprender, tentamos crescer”, disse Verstappen à CNN no lançamento do carro da equipe. “Isso não significa necessariamente vencer a mesma quantidade de corridas, mas acho que pode ser um carro muito competitivo e agora cabe a nós extrair o máximo dele”.
Os preparativos da temporada da Red Bull foram interrompidos por uma investigação externa sobre o chefe da equipe, Christian Horner, sobre alegações de comportamento inadequado.
Horner disse à CNN que nega totalmente as acusações. Ele acabou sendo inocentado de qualquer irregularidade pela investigação, anunciou a empresa-mãe da equipe, Red Bull GMBH, na quarta-feira.
“Estou muito satisfeito que o processo tenha terminado”, disse Horner à Sky Sports News, falando pela primeira vez desde que a investigação foi concluída. “Não posso te dar mais comentários, mas o processo foi conduzido e concluído. Dentro da equipe, [a unidade] nunca foi tão forte”, acrescentou.
Vale a pena ficar de olho se a Mercedes e a Ferrari podem enfrentar algum tipo de desafio nessa temporada, mas os sinais iniciais nos testes da semana passada indicaram que Verstappen e a Red Bull continuarão a dominar.
Silly season
Pela primeira vez na história da Fórmula 1, não houve mudanças na escalação de pilotos de nenhuma equipe entre o fim da temporada anterior e o início da próxima campanha. No entanto, o mercado de pilotos — muitas vezes referido como “silly season” pelos fãs da F1 — para a temporada de 2025 pode compensar isso.
Da forma como está, apenas Verstappen na Red Bull, Russell na Mercedes, Charles Leclerc na Ferrari, Alex Albon na Williams e Lando Norris e Oscar Piastri na McLaren têm contratos com suas equipes atuais que se estendem para além de 2024.
Isso deixa 14 vagas potenciais no grid para 2025, embora uma dessas vagas seja preenchida por Hamilton na Ferrari.
O bicampeão Fernando Alonso, atualmente com a Aston Martin, foi associado a uma mudança a Mercedes, enquanto o piloto da academia dos Silver Arrows, Kimi Antonelli, de 17 anos, é um dos favoritos para a vaga, embora ele ainda não tenha disputado sua primeira corrida na categoria júnior da Fórmula 2.
A Mercedes também pode contar com o atual piloto da Ferrari e duas vezes vencedor da corrida, Sainz, que se tornou um dano colateral na saga de Hamilton, embora o espanhol quase certamente tenha opções no grid.
Sergio Pérez, da Red Bull, enfrentará escrutínio este ano, depois de uma decepcionante temporada de 2023, que o viu terminar quase 300 pontos atrás do companheiro de equipe Verstappen na classificação de pilotos.
Se a Red Bull decidir que uma mudança é necessária, um dos assentos mais cobiçados do esporte ficará disponível. Daniel Ricciardo — atualmente na equipe irmã da Red Bull, RB (anteriormente AlphaTauri) — tem sido fortemente cotado para retornar à equipe pela qual dirigiu de 2014 a 2018.
Aston Martin, Alpine, RB, Sauber e Haas têm os seus dois pilotos em acordos expirados e terão que escolher entre tentar manter seus pares ou procurar outros para subirem no grid.
Os contratos também não são garantia na F1 — já vimos acordos serem rompidos e ocorrerem aquisições no passado. Albon é sem dúvida o nome mais quente do grid depois de levar a Williams para o sétimo lugar na classificação de Construtores no ano passado.
O chefe da equipe, James Vowles, confirmou que o contrato de Albon vai até o fim de 2025, mas espera ver o nome do piloto tailandês vinculado a nomes como Mercedes e Red Bull ao longo da temporada.
Uma equipe mediana pode ficar entre os três primeiros?
Nos últimos anos, a Red Bull, Mercedes e Ferrari estabeleceram uma espécie de “Três Grandes” na Fórmula 1, com as equipes formando os três primeiros da classificação de construtores em sete das últimas oito temporadas. Notavelmente, apenas quatro Grandes Prêmios foram vencidos por uma equipe fora desse trio nos últimos dez anos.
Indo para essa nova campanha, a McLaren parece ser o mais provável disruptor para os “Três Grandes”. Depois de começar a temporada de 2023 com o pé atrás, a McLaren conquistou nove pódios entre seus dois pilotos após um aumento no desenvolvimento de carros no meio da temporada e terminou em quarto lugar geral, atrás da Ferrari.
A Aston Martin também é uma equipe que busca fazer barulho depois de uma temporada promissora de 2023. Alonso, de 41 anos, terminou no pódio oito vezes no ano passado e inicialmente parecia representar uma ameaça ao domínio da Red Bull, embora a competitividade do carro tenha diminuído no fim da temporada.
A posição da equipe na classificação, no entanto, provavelmente dependerá da sorte de Lance Stroll — filho do dono da equipe Lawrence Stroll — que somou apenas 74 dos 280 pontos do Aston Martin em 2023.
A Alpine é outra equipe a ser observada. A equipe francesa recebeu investimentos de alguns grandes nomes do mundo dos esportes em outubro — incluindo as estrelas do Kansas City Chiefs, Patrick Mahomes e Travis Kelce — e possui uma escalação de pilotos confiável com Pierre Gasly e Esteban Ocon ao volante. A equipe fará questão de abandonar seu rótulo de meio-campo e desafiar os três primeiros colocados normalmente.
Os carros da temporada 2024 da Fórmula 1
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