A Alphabet, controladora do Google, anunciou que planeja oferecer aos usuários do navegador Chrome a opção de escolher uma experiência mais sensível à privacidade, em vez de eliminar de vez os cookies – ferramenta que permite aos anunciantes rastrear os usuários.
Em um post no blog da empresa, o Google afirmou que tomou a decisão após considerar o impacto que a eliminação dos cookies teria sobre os editores, anunciantes e outros envolvidos no vasto negócio de anúncios digitais. Em abril, a empresa chegou a ensaiar um adiamento na eliminação dos cookies.
“Estamos propondo uma abordagem atualizada que eleva a escolha do usuário”, escreveu Anthony Chavez, vice-presidente do Google, na publicação do blog na segunda-feira (22). “Em vez de descontinuar os cookies de terceiros, vamos introduzir uma nova experiência no Chrome que permita às pessoas fazer uma escolha informada que se aplique a toda a sua navegação na web, e elas poderão ajustar essa escolha a qualquer momento”.
A mudança marca uma grande virada para o Google, que há anos trabalha para implementar o Privacy Sandbox, seu plano para substituir os cookies por outras ferramentas para anunciantes. A empresa afirmou que continuará a oferecer essas ferramentas aos desenvolvedores.
A Autoridade de Concorrência e Mercados do Reino Unido (CMA), que regula a indústria de tecnologia, disse na segunda-feira (22) que reunirá comentários sobre a nova abordagem do Google até 12 de agosto. A agência afirmou no início deste ano que estava revisando os planos do Google após receber mais preocupações sobre o assunto.
“O Google confirmou uma nova abordagem para os cookies de terceiros. Em vez de removê-los do Chrome, introduzirá um prompt de escolha do usuário”, escreveu a CMA na rede social X. “Estamos considerando o impacto deste anúncio e recebendo opiniões.”
A CMA está em conversações com o Google há anos sobre a planejada eliminação dos cookies de terceiros. A agência anteriormente investigou a proposta da empresa de eliminar os cookies usados por editores e anunciantes para rastrear usuários e medir o sucesso das campanhas publicitárias, dizendo que estava preocupada que as mudanças poderiam “impedir a concorrência nos mercados de publicidade digital.”
Alguns defensores da privacidade expressaram decepção com a decisão do Google.
“Reguladores, consumidores e até marcas reconheceram os problemas de privacidade associados aos cookies e têm trabalhado em direção a soluções mais amigáveis à privacidade”, escreveu Adam Schenkel, vice-presidente executivo da GumGum, uma empresa de tecnologia de anúncios que se concentra em entregar anúncios sem dados pessoais, em um e-mail. “A decisão do Google é míope, especialmente no que diz respeito à privacidade.”
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