Ibovespa fecha em queda de 0,5% e perde 3% no mês de maio
O Ibovespa caiu 0,5%, a 122.098 pontos. Na máxima da sessão, chegou aos 122.837. No pior momento, tocou 121.928, renovando mínima do ano.
E assim a bolsa encerra a semana com baixa acumulada de 1,78%. No mês, a perda foi de 3,04%.
Para Jennie Li, estrategista de ações da XP, o dado mais aguardado do dia não surtiu grandes efeitos nos mercados. Estamos falando no índice de preços PCE, dos EUA.
Medida preferida do Fed para a inflação, o PCE aumentou 0,3% em abril. Na base anual, subiu 2,7%, após avançar o mesmo valor em março. O núcleo do índice, que exclui alimentos e combustíveis/energia (mais voláteis) veio em 2,8%, o mesmo dos últimos dois meses. Os resultados vieram em linha com as projeções de economistas consultados pela Reuters.
Para o economista-chefe da Azimut Brasil, Gino Olivares, apesar de um PCE dentro das expectativas, o indicador ainda está longe da meta de 2% do Fed. Ele chamou atenção para uma inflação de bens começando a subir, mesmo de um patamar baixo, antes da consolidação da desinflação do setor de serviços.
“E a história nos mostra que, em situações como essa, a inflação fica mais resistente à queda. A conferir.”
Ainda assim, as expectativas de um corte nos juros em setembro subiram para mais de 50%, contra 48,7% observados antes dos dados, de acordo com a ferramenta FedWatch, do CME Group.
Os principais índices acionários norte-americanos fecharam sem direção única, com o S&P 500 e o Dow Jones em alta, mas a Nasdaq perto da estabilidade.
No Brasil, para a próxima semana, as atenções se voltam para o relatório Focus, do Banco Central, além de dados do Produto Interno Bruto (PIB). No exterior, o foco recai para os PMIs de vários países, um indicador importante da atividade econômica.
- Petrobras avançou 3,12%, apesar de queda nos preços do petróleo no mercado externo. A estatal informou que recebeu de acionistas minoritários pedido de convocação de Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para eleição de membros do conselho e presidência do colegiado, mas que entende que não há motivos para a convocação. Ainda assim, a companhia disse que irá submeter os pedidos à avaliação jurídica. No setor, Petroreconcavo subiu 4,17%. Na visão de Felipe Martins Passero, sócio da InvestSmartXP, a alta em ações ligadas ao petróleo se deve à expectativa em relação à reunião da Opep+, que deve manter os cortes de produção de petróleo.
- Vale teve variação negativa de 0,06%, com recuo nos futuros do minério de ferro, que encerraram a semana em baixa, com a demanda de curto prazo e os dados desanimadores das fábricas da China pesando sobre o sentimento. O contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou a sessão da tarde com queda de 1,7%, a 865 iuanes por tonelada. Na semana, o contrato recuou 4,7%.
- Itaú cedeu 1,02%, engatando nono pregão consecutivo de queda, enquanto BRADESCO PN perdeu 0,94%, quarta sessão de declínio. Na semana, ambos recuaram 2,6% e 2,3%, respectivamente. SANTANDER UNIT fechou com acréscimo de 0,14%.
- Pão de Açúcar despencou 7,72%, com analistas do Itaú BBA retomando cobertura do papel com recomendação neutra. O preço-alvo do banco para a ação do grupo no final de 2024 é de 3,7 reais. “Nosso modelo incorpora as melhorias operacionais e a nova estrutura de capital da empresa, mas não esperamos que o lucro líquido entre em território positivo em 2025”, afirmaram.
- Magazine Luiza echou com alta de 2,57%. De pano de fundo, a empresa informou na quarta-feira que a gestora Alaska Investimentos passou a deter 5,14% do seu total de ações ordinárias. GRUPO CASAS BAHIA ON, que não faz parte do Ibovespa, caiu 0,28%.
- Totvs encerrou com alta de 1,13%, em meio a comunicado, divulgado na quarta-feira pré-feriado, de redução de participação do fundo GIC Private Limited na Totvs para 5,77%.
- Azul subiu 2,05%, após queda no último dia útil, em meio às notícias de que mantém conversas com a holding controladora da Gol para “explorar eventuais oportunidades”, após um acordo de codeshare entre as empresas que na visão de seu presidente-executivo, John Rodgerson, não deve enfrentar obstáculos antitruste. GOL PN perdeu 3,48%.
- Rumo teve decréscimo de 0,2%, depois de a empresa acertar venda de sua fatia de 50% em um terminal no porto de Santos (SP) para um consórcio formado pela Bunge e Zen-Noh Grain por 600 milhões de reais. Analistas do BofA classificaram o acordo como “levemente positivo”.
- Americanas, fora do Ibovespa, afundou 11,54%. A varejista, em recuperação judicial, disse na semana passada que esperava divulgar ainda neste mês indicadores financeiros gerenciais, não auditados, que refletem seu desempenho operacional em 2023 e no primeiro trimestre de 2024.