Ibovespa tem maior série de quedas desde agosto – e semelhanças não param por aí
Não faz muito tempo. Em agosto do ano passado, o Ibovespa cravou uma sequência inédita de 13 pregões seguidos de queda, caindo 5% naquele mês. O período também foi marcado pelo maior saque de recursos externos desde a pandemia.
Apesar do ligeiro respiro da bolsa brasileira hoje, a queda de ontem do índice acionário, a sexta seguida, fez lembrar essa série negativa de alguns meses atrás.
Desde janeiro de 2020, o Ibovespa registrou seis quedas consecutivas em seis ocasiões, mostra levantamento da Elos Ayta Consultoria. A última foi, claro, em agosto de 2023, quando a sequência ainda se prolongou por outros sete dias.
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Em ambos os casos, há uma coincidência: as fortes retiradas de capital estrangeiro. Há oito meses, houve saída diária de capital estrangeiro na B3 em 18 de 22 pregões. Até meados deste mês, já são oito sessões de saques de recursos externos, de um total de 12.
No dado mais recente, referente à última terça-feira, os gringos sacaram R$ 1,33 bilhão na bolsa, elevando o déficit mensal dessa conta para R$ 4,5 bilhões. No ano, o fluxo negativo de capital estrangeiro na bolsa nacional já encosta em R$ 30 bilhões – também o maior saldo no vermelho desde 2020. Aliás, até agora, 2024 não registrou ingresso de recursos externos no acumulado de nenhum mês.
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Ao que tudo indica, os gringos ajustaram o tradicional jargão de Wall Street, que diz para “vender em maio e ir embora” [Sell in May and go away] e estão adotando uma nova versão, em meio às incertezas da política monetária nos Estados Unidos e ao risco fiscal no Brasil. Ou será que antes das férias de verão no hemisfério norte, teremos um Buy in May and stay?