Meta fiscal mais branda; dados fortes de varejo nos EUA e conflito no Oriente Médio levam dólar a R$ 5,21
O dólar disparou nesta segunda-feira (15) ao bater os R$ 5,21 na máxima do dia, após o governo anunciar uma meta fiscal mais branda do que a proposta anteriormente. No meio da tarde, a moeda diminuiu o ritmo de alta, mas ainda assim operava com avanço de 1,31%, negociada a R$ 5,18.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025, que será encaminhado ao Congresso Nacional nesta segunda-feira, irá prever meta de déficit fiscal zero para o ano que vem.
A nova meta representa um afrouxamento em relação à indicação dada no ano passado de que o governo buscaria um superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto.
A administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenta contrabalançar os seus próprios desejos de aumento de gastos com os esforços de Haddad para fortalecer as contas públicas.
A economia deverá desacelerar nos próximos meses, o que ameaça as promessas de melhoria dos padrões de vida e estimula a pressão por mais gastos. Ao mesmo tempo, o risco de estabelecer metas apenas para alterar mais tarde acarreta um risco de credibilidade para o governo e para os ativos locais.
Cenário externo
A aceleração do dólar também coincidiu com forte piora no humor externo, depois que dados mostraram alta bem mais intensa do que o esperado nas vendas no varejo dos Estados Unidos em março, mais uma evidência de que a economia encerrou o primeiro trimestre em terreno sólido.
As vendas no varejo norte-americano aumentaram 0,7% no mês passado. Economistas consultados pela Reuters previam avanço de 0,3%. O quadro torna mais concreta a ideia de que um corte de juros nos EUA não deve acontecer no curto prazo.
Os investidores também buscaram controlar as preocupações depois de ataque do Irã a Israel, que envolveu mais de 300 mísseis e drones e foi a primeira investida contra Israel por outro país em mais de três décadas.
*Com informações de Reuters e Bloomberg