Nasa escolhe a SpaceX, de Elon Musk, para resgatar astronautas presos no espaço
A Nasa selecionou a SpaceX, de Elon Musk, para trazer de volta os astronautas dos EUA que foram forçados a prolongar sua estadia na Estação Espacial Internacional devido a problemas técnicos com a cápsula da Boeing.
A espaçonave da Boeing retornará sem pessoas a bordo, disse a agência espacial dos EUA durante uma coletiva de imprensa no sábado, anunciando sua decisão.
O plano de contingência significa que os astronautas da Nasa Barry Wilmore e Sunita Williams pegarão carona na cápsula Crew Dragon, da rival SpaceX, durante uma missão com lançamento previsto para o final de setembro. Isso os colocaria de volta em solo americano em fevereiro, quando a cápsula deve retornar – meses depois do planejado originalmente.
“A decisão de manter Barry e Sunita a bordo da Estação Espacial Internacional e trazer o Boeing Starliner para casa sem tripulação é resultado de um compromisso com a segurança”, disse o senador Bill Nelson, chefe da Nasa, sobre a decisão, citando a perda de duas tripulações do Ônibus Espacial no passado da agência.
Os dois astronautas, que chegaram à Estação no voo de teste do CST-100 Starliner em 6 de junho, deveriam inicialmente permanecer por cerca de uma semana. Agora, eles enfrentam uma estadia de oito meses em órbita, já que a agência espacial americana não se sente mais confortável em trazê-los de volta à Terra na nave da Boeing.
Esse é mais um golpe significativo para o programa Starliner. Em 2019, a Boeing fracassou em um voo de teste não tripulado da cápsula, que não conseguiu chegar à Estação Espacial conforme planejado. Depois vieram anos de atrasos e falhas que custaram à empresa US$ 1,6 bilhão.
Como resultado, a Boeing atrasou em sete anos o lançamento de sua primeira tripulação no Starliner, enquanto a parceira da Nasa, SpaceX, continuou a lançar rotineiramente tripulações da agência espacial em sua espaçonave Crew Dragon. Agora, a Boeing enfrenta o constrangimento de ver sua rival trazer de volta astronautas que o Starliner deveria ter trazido.
A Nasa tomou sua decisão em um cenário de disputa acirrada na eleição presidencial dos EUA, entre a vice-presidente Kamala Harris e o ex-presidente Donald Trump. Harris é presidente do Conselho Nacional Espacial, então os efeitos da decisão podem repercutir nas semanas anteriores à eleição.
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Agora, a Boeing enfrenta questionamentos sobre seu futuro com a Nasa. O voo tripulado do Starliner fazia parte de um teste crítico para determinar se a espaçonave poderia transportar pessoas para a Estação de forma regular . Assim como a SpaceX, a Boeing possui um contrato com a NASA para trazer rotineiramente tripulações para a Estação Espacial até a aposentadoria da estrutura, planejada para 2030.
(Por Loren Grush)