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O império da Mars: Pringles, Sucrilhos, M&M’s e Snickers agora pertencem a uma só empresa

A Mars, dona de marcas como M&Ms e Snickers, comprou a concorrente Kellanova por quase US$ 36 bilhões incluindo dívidas. Convertendo para a moeda brasileira, são mais de R$ 196 bilhões. Trata-se da maior operação na indústria de alimentos no ano, o que fará da Mars a dona de outras marcas muito populares, como Pringles e Sucrilhos.

A Mars, que não tem ações negociadas em bolsa, pagará US$ 83,50 por ação da Kellanova, segundo comunicado divulgado pelas empresas nesta quarta-feira (14). O valor representa um prêmio de 33% sobre o preço de fechamento da Kellanova em 2 de agosto, último dia útil antes das negociações serem inicialmente divulgadas.

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A indústria de alimentos embalados enfrenta desafios com a queda no volume de vendas e crescimento lento em meio a um enfraquecimento do consumo global. As empresas estão buscando inovação e novos mercados para impulsionar as vendas, à medida que os consumidores começam a resistir aos aumentos de preços — uma tendência que pode levar a mais consolidações no setor.

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Uma barra de chocolate Snickers, da Mars.
Crédito: Bloomberg

“A aquisição pela Mars é maior transação de alimentos embalados em quase uma década e pode estimular mais fusões e aquisições no setor”, escreveu a analista Jennifer Bartashus, da Bloomberg Intelligence.

A Kellanova está se saindo melhor do que a maioria de seus concorrentes, com uma série de lucros sólidos desde que desmembrou sua divisão de cereais na WK Kellogg, no final do ano passado. No início deste mês, a Kellanova elevou sua projeção para o ano, impulsionada pelas vendas de novos produtos e estratégias de marketing no segundo trimestre.

O preço da transação inclui cerca de US$ 6 bilhões em dívidas, de acordo com cálculos da Bloomberg. Os principais acionistas da Kellanova, W.K. Kellogg Foundation Trust e a família Gund, que juntos representam 20,7% das ações da empresa, comprometeram-se a votar a favor do negócio, segundo as empresas. A expectativa é de que a transação seja concluída no primeiro semestre do próximo ano.

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O CEO da Kellanova, Steve Cahillane, deixará a empresa após o fechamento do negócio, afirmou em uma entrevista conjunta com o CEO da Mars, Poul Weihrauch.

Desde 2020, a Mars adquiriu marcas como Hotel Chocolat, Tru Fru e a fabricante de barras de cereal Kind’s North America. A última grande transação da empresa foi em 2017, quando comprou a operadora de hospitais veterinários VCA por cerca de US$ 9 bilhões.

A compra da Kellanova ajudará a Mars a diversificar seu portfólio, que é fortemente focado em chocolates, em meio à alta histórica dos preços do cacau este ano. Apesar de os primeiros sinais das safras na África serem “bastante positivos”, Weihrauch acrescentou que a empresa espera uma normalização dos preços do cacau em algum momento.

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Crédito: Daniel Acker/Bloomberg

A fabricante de snacks também ajudará a Mars a expandir sua presença em mercados internacionais. Após o fechamento do negócio, a Kellanova será incorporada à Mars Snacking, que a empresa planeja dobrar em tamanho na próxima década. Weihrauch afirmou que a Mars não tem planos de vender a marca de hambúrguer vegetal e bacon falso da Kellanova, a Morningstar Farms.

“A Mars fortalece seu negócio global de snacks, possivelmente elevando os níveis de competitividade para outros grandes players do setor alimentício”, escreveu o analista Rob Dickerson, da Jefferies, em uma nota de pesquisa.

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A Mars pretende financiar a transação com o caixa disponível e um empréstimo-ponte de US$ 29 bilhões.

Analistas afirmam que a fusão entre Mars e Kellanova não deve enfrentar grandes preocupações antitruste, devido à limitada sobreposição entre os produtos das duas empresas. A Mars terá que pagar à Kellanova uma multa de US$ 1,25 bilhão caso o negócio não receba aprovação regulatória, de acordo com um documento.

Anteriormente, o maior negócio anunciado este ano havia sido o acordo da Capital One Financial para comprar a Discover Financial Services por US$ 35 bilhões, em fevereiro, segundo dados compilados pela Bloomberg.