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Oncoclínicas aprova aumento de capital de R$ 1,5 bilhão

A Oncoclínicas aprovou um aumento de capital de R$ 1,5 bilhão, com o objetivo aumentar a liquidez e reduzir a alavancagem, ponto de atenção do último balanço da companhia. Na operação, os fundos Quíron e Tessália, ancorados pelo Banco Master, vão subscrever R$ 1 bilhão em ações e, com isso, passam a deter aproximadamente 12% da companhia. Os outros R$ 500 milhões serão subscritos pelo  CEO e fundador da Oncoclínicas, Bruno Lemos Ferrari.

Antes do aumento de capital, Ferrari detinha 3,1% do capital da empresa. Já o Goldman Sachs, que informou ter aberto mão do direito de preferência na operação, detinha 45,6%.

Em fato relevante divulgado há pouco, a empresa comunicou que o aumento de capital,  aprovado  pelo Conselho de Administração, está de acordo com o limite previsto no Estatuto Social da Companhia e, portanto, não requer alteração estatutária. O aumento será feito por meio da emissão de 115,4 mil novas ações ordinárias, nominativas, escriturais e sem valor nominal.

As novas ações tiveram o preço fixado em R$ 13,00, com um ágio em relação ao valor de mercado de 89%, baseado em avaliação da XP Finanças Assessoria Financeira Ltda.

O endividamento da companhia foi considerado um ponto fraco do balanço relativo ao primeiro trimestre. Tanto é que as ações da empresa chegaram a cair 18% logo após a divulgação do resultado. A empresa informou um  consumo de caixa de R$ 720 milhões, e um endividamento de  R$ 4,2 bilhões, o que corresponde a  uma alavancagem financeira de 3,9 vezes o Ebitda ajustado. A combinação de uma  dinâmica fraca de recebíveis,   alavancagem elevada e desaceleração do faturamento explicou a reação!ao negativa dos investidores ao balanço.

A operação aprovada ajuda, portanto, a companhia a reforçar sua estrutura de capital, afirma a empresa. Além disso, os recursos captados serão destinados à manutenção da estratégia de crescimento, à continuidade dos planos de expansão orgânica, à execução do plano de negócios e ao uso corporativo geral.

“A partir dessa operação, a Oncoclínicas estará ainda mais preparada para suportar o aumento da demanda por tratamento oncológico, o maior desafio da saúde do nosso tempo, entregando cuidados de qualidade excepcionais com foco no paciente e seus familiares”, afirmou Bruno  Ferrari.

Os acionistas minoritários terão o período de 27 de maio a 25 de junho de 2024 para exercer o direito de preferência, podendo manifestar interesse na reserva de eventuais sobras de novas ações. As novas ações serão integralizadas à vista, em reais, no ato da subscrição. Eventuais sobras de novas ações que não forem subscritas serão rateadas entre os acionistas ou cessionários que manifestarem interesse, podendo os subscritores solicitar um número adicional de sobras, sujeito à disponibilidade.

Somente no ano passado, a Oncoclínicas realizou mais de 600 mil atendimentos. E tem ampliado sua capacidade de atendimento nos últimos anos para fazer frente ao aumento da demanda por tratamento contra o câncer. Projeções feitas por institutos de câncer ao redor do mundo e no Brasil apontam um forte avanço da doença nas próximas duas décadas, em boa medida associadas ao envelhecimento populacional. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer estima mais de 700 mil novos casos por ano no biênio 2023-2025.