Notícias do Delivery e do Brasil                                                                           
Delivery Brasil

Para estimular consumo doméstico, China mira na ‘economia grisalha’

Reagindo após registrar o pior ritmo de crescimento econômico em cinco trimestres, a China apresentou neste fim de semana um plano para incentivar o avanço do consumo doméstico.

No sábado (3), o Conselho de Estado chinês divulgou, no site do governo central, uma lista com 20 pontos prioritários para reverter a demanda doméstica fraca. Vários deles giram em torno do que o governo chamou de “desenvolver com vigor a economia grisalha”, voltada à terceira idade.

Isso inclui a promoção do “desenvolvimento de indústrias de cuidados com idosos inteligentes e saudáveis”, “melhorar o nível de adaptação das residências para idosos” e “aumentar a quantidade de trens de turismo ‘grisalhos’”, além de transformar os carros de trens para serem mais confortáveis e inclusivos para pessoas mais velhas, aprimorar as rotas de turismo e a oferta de serviços.

A renovação de áreas residenciais degradadas e a expansão de instituições de cuidados para idosos também está nos planos, nesse último caso, buscando espaços vagos para as novas construções.

LEIA MAIS: China exportou 190 carros elétricos por hora no 1º semestre

2163110307 Para estimular consumo doméstico, China mira na 'economia grisalha'
Para estimular consumo doméstico, China apresentou um plano com diversos pontos, vários deles voltados à ‘economia grisalha’. Foto: Lane Oatey/Blue Jean Images

Estímulos para outras áreas

As autoridades também buscarão ampliar a oferta de serviços de cuidados na primeira infância, como creches e maiores deduções de impostos para gastos com esse público.

Diversos pontos ainda envolvem a economia digital, e incluem o fomento de lojas de varejo sem atendentes, armários para retirada autônoma, serviços médicos online, educação remota e apoiar o desenvolvimento de esportes eletrônicos, da indústria cultural digital, como literatura e cinema, e do comércio eletrônico ao vivo.

A economia verde também foi incluída no novo plano, que cita a necessidade de aprimorar os padrões de serviços verdes e com baixa pegada de carbono, tanto pela inovação tecnológica quanto pela oferta de estímulos às empresas do setor.

Sob o quadro anunciado no sábado, o governo aumentaria o apoio financeiro para pequenas e microempresas elegíveis no setor de serviços.

Pequim também planeja incentivar o desenvolvimento de novas áreas de turismo de lazer, incluindo navios de cruzeiro, camping, iatismo e “voos em baixa altitude”.

1231404685 Para estimular consumo doméstico, China mira na 'economia grisalha'
Turistas de Hong Kong durante viagem em motorhome, na China, em 2021. Foto: Anthony Kwan/Getty Images

As autoridades intensificarão o apoio de crédito às áreas-chave do consumo de serviços e aumentarão o fornecimento de produtos financeiros que atendam às necessidades de desenvolvimento dos novos formatos de consumo, como a economia compartilhada, de acordo com o comunicado.

Há ainda estratégias que envolvem a infraestrutura do país. O documento do governo chinês fala em melhoras calçadas e áreas peatonais e em acelerar a construção de espaços de convivência públicos nas cidades a 15 minutos de distância da população e expandir as redes nacionais de comércio e consumo, aumentando a oferta de serviços nas áreas rurais.

Por fim, a China também determinou melhorias na supervisão dos serviços de consumo, combatendo a propaganda enganosa e fraudes e criando uma base de dados com informações sobre a reputação das empresas.

LEIA MAIS: Na corrida pelo Santo Graal da energia limpa, China gasta mais que os EUA em fusão nuclear

Desaceleração econômica

O Partido Comunista da China, em julho, prometeu tornar o estímulo ao consumo uma maior prioridade política, em um plenário que acontece a cada dois anos sobre reformas de longo prazo.

O crescimento econômico do país desacelerou inesperadamente para o pior ritmo em cinco trimestres em dados divulgados em julho, à medida que o gasto do consumidor vacilante prejudicava um boom nas exportações. Isso desencadeou apelos para que os formuladores de políticas liberassem apoio do governo para ajudar Pequim a atingir sua meta de crescimento anual de cerca de 5% para 2024.