Política monetária do Brasil é exemplo a ser evitado, diz diretor do BC da Colômbia
Os erros cometidos pelo Banco Central do Brasil, que foi um dos primeiros na região a cortar taxas de juros e pode agora precisar elevá-las novamente, servem de alerta para a Colômbia, segundo um dos principais formuladores de políticas do país.
“O Brasil hoje é o exemplo a não seguir”, disse o codiretor do banco central colombiano, Mauricio Villamizar, durante uma apresentação. “O Brasil não apenas interrompeu seus cortes de juros, como também fizeram o Peru e o México, mas espera-se que reverta o curso e comece a aumentar as taxas de juros.”
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Villamizar fez seus comentários após alertar sobre os perigos de uma flexibilização monetária precipitada. Cortes apressados nas taxas de juros podem ter o efeito paradoxal de aumentar as taxas de empréstimos de longo prazo, disse ele em um evento realizado em 20 de agosto, organizado pela Controladoria Geral da República.
“Se o que você deseja é ter taxas baixas, sobretudo para crédito de longo prazo, para hipotecas e títulos do tesouro, então reduções que não parecem sustentáveis podem acabar tendo efeitos que aumentam essas taxas de longo prazo”, afirmou Villamizar.
O banco central do Brasil não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
À medida que a inflação desacelerava em direção à sua meta, os formuladores de políticas do Brasil começaram a cortar sua taxa de juros básica em agosto de 2023. Mas um ressurgimento da inflação e expectativas inflacionárias deterioradas levaram o banco a interromper esses cortes em junho, com a taxa básica em 10,5%.
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Os investidores agora estão precificando aumentos nas taxas de juros já em setembro, com analistas de alguns dos principais gestores de ativos também prevendo elevações no próximo mês. Gabriel Galípolo, diretor de política monetária do banco central brasileiro, disse que o banco continua dependente de dados, com todas as opções na mesa na reunião de setembro, incluindo um aumento da taxa.
Nas suas últimas quatro reuniões do conselho, Villamizar e seus colegas desafiaram a pressão do presidente Gustavo Petro para acelerar o ritmo da flexibilização monetária, e cortaram a taxa básica em incrementos de meio ponto percentual. No entanto, alguns analistas esperam que acelerem o ritmo no próximo mês, cortando a taxa básica em três quartos de ponto percentual, para 10%.
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