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Recorde de Usain Bolt nos 100m rasos do atletismo resiste há mais de uma década

100m Recorde de Usain Bolt nos 100m rasos do atletismo resiste há mais de uma década
O americano Noah Lyles foi 5 milésimos mais rápido que o jamaicano Kishane Thompson e levou o ouro nos 100 metros rasos. Foto: Reprodução/Paris 2024

Neste domingo (4), Paris conheceu o “homem mais rápido do mundo”: o norte-americano Noah Lyles levou a medalha de ouro na final dos 100 metros rasos nas Olimpíadas 2024. Em uma prova eletrizante em que começou atrás da maioria dos finalistas, ele atingiu a melhor marca da carreira: 9s79, ficando 5 milésimos à frente do jamaicano Kishane Thompson. Mas, se esse homem será mais rápido que Usain Bolt, aí é outra história, mesmo que a pista tenha sido preparada para ajudar a superar marcas (leia mais abaixo).

E a resposta ainda é “não”, pelo menos até as Olímpiadas de Los Angeles em 2028. O recorde olímpico de Bolt, também da Jamaica, resiste há 12 anos: 9s63, alcançado em Londres-2012. O recorte mundial também é dele e ainda mais duradouro: 9s58, tempo que ele fez em 2009, superando outros dois recordes que já eram seus, de 2008.

No feminino, a medalha de ouro já foi decidida no sábado (3) e foi para Santa Lúcia: a corredora Julien Alfred, de 23 anos, conquistou a primeira medalha da história da ilha caribenha, de menos de 200 mil habitantes.

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Ela completou a prova em 10s72, mas não alcançou o recorde olímpico atual, batido em Tóquio-2020 por Elaine Thompson-Herah, compatriota de Bolt.

As provas de pista de atletismo serão disputadas no Stade de France, o mesmo onde o Brasil perdeu para a França a final da Copa do Mundo masculina de futebol em 1998.

No caso dos 100 metros rasos, a prova acontece em dois dias: no primeiro, 72 corredores pré-selecionados participam de uma fase preliminar, e 16 deles se juntam a outros os 58 corredores já classificados. Em seguinda acontece a primeira fase, com seis baterias, nas quais os três mais rápidos de cada, e outros três com tempo mais baixo, chegam à semi-final.

No masculino, a semi-final foi realizada às 15h05 com três baterias, que vão selecionar os dois mais rápidos de cada, e os outros dois corredores com o melhor tempo. Já a final com os oito melhores aconteceu às 16h50 deste domingo e foi acompanhada in loco por um estádio lotado com 80 mil espectadores, que pagaram de € 85 a € 990 por ingresso.

Na primeira fase, do sábado, dois corredores empataram com o tempo mais rápido em Paris: os americanos Kenneth Bednarek e Fred Kerley. Eles percorreram os 100 metros em 9s97, enquanto o britânico Louie Hinchliffe passou para a final em terceiro, com 9s98.

Os dois brasileiros na competição foram eliminados na primeira fase: Felipe Bardi ficou na 32ª colocação e Erik Cardoso, na 51ª.

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O jamaicano Usain Bolt correu 100 metros em 9.58 segundos no campeonato mundial de Berlim, em 2009. Foto: Mark Dadswell/Getty Images

Quais são os recordes dos 100 metros rasos?

A expectativa é que a pista roxa emborrachada de Paris ajude os atletas a superarem as diversas marcas mundiais. Nas Olimpíadas de Tóquio-2020 foram batidos três recordes mundiais e 12 recordes olímpicos na pista de atletismo. No caso da prova dos 100 metros, no entanto, essa é uma tarefa muito difícil. Afinal de contas, o jamaicano Usain Bolt, o homem mais rápido do mundo, pendurou as sapatilhas em 2017 e até hoje não apareceu ninguém capaz de ameaçar os seus recordes.

Bolt é dono dos recordes mundiais dos 100 metros (9s58, obtido em 2009), 200 metros (19s19, também em 2009), e do revezamento 4×100 metros (36s84, obtido em 2012). Tem oito medalhas de ouro olímpicas, sendo três consecutivas nos 100 e 200 metros (Pequim 2008, Londres-2012 e Rio-2016). Também é recordista olímpico dos 100 metros (9s63) e 200 metros (19s30).

Evolução do recorde mundial

O recorde mundial dos 100 metros rasos masculino passou a ser registrado a partir de 1912, nas Olimpíadas de Estocolmo. Confira a evolução:

Quem são as estrelas dos 100 metros feminino?

Nos 100 metros feminino, a Jamaica também domina a prova. O recorde olímpico é de Elaine Thompson, obtido em Tóquio-2020, com o tempo de 10s61. Thompson é bicampeã olímpica dos 100 e 200 metros. Outra atleta importante da Jamaica é Shelly-Ann Fraser-Pryce, de 37 anos. Ela tem oito medalhas olímpicas no total, sendo três nos 100 metros: ouro em Pequim-2008, prata em Londres-2012 e bronze no Rio-2016.

O recorde mundial dos 100 metros rasos femininos é da norte-americana Florence Griffith-Joyner, com 10s49, obtido em 1988.

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Como é a pista de atletismo das Olimpíadas?

Produzida pela fabricante italiana Mondo, que monta as pistas olímpicas de atletismo desde os Jogos Olímpicos de Montreal, em 1976, a pista roxa foi testada por vários atletas em sua composição até se chegar à fórmula ideal para um composto de grânulos de nova geração, mais elásticos e coesos, para formar a camada superior de borracha para a pista de Paris.

O material desenvolvido em parceria com a Universidade Politécnica de Milão tem micro camadas de ar na parte interna que ajudam a absorver o impacto do movimento dos corredores e devolve em forma de energia de movimento, segundo o fabricante.

“Atletas dão mais energia à pista e a pista devolve isso no momento certo para que eles continuem seus movimentos.”

Alessandro Piceli, gerente de pesquisa e desenvolvimento na Mondo

Infografia: Ana Carolina Moreno e Daniela Arbex